O Declínio de Cam: A representação científica da mulher negra nas artes do oitocentos.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v8i8p65-85Palavras-chave:
Debret, Raça, Gênero, Orientalismo, Modesto BrocosResumo
A grande maioria das reproduções femininas nas artes possuem um papel específico: a propaganda da perfeição doméstica e sexual perante uma sociedade machista. Porém, à mulher negra ficou relegado somente a representação sexual e, a partir do século XIX, com a ascensão das ideias científicas e biológicas, também a etnológica e a racial. Analisaremos neste artigo, então, como o cientificismo contribuiu para a construção da figura da mulher negra no Oitocentos e como a arte - usando de seu caráter épico e pedagógico - foi fundamental para validar o discurso de raça e de gênero, que visava deixar em evidência o espaço que era relegado aos negros e, mais duramente, às mulheres negras, sempre as colocando em papel de inferioridade e hipersexualização. Das aquarelas de Debret, os deformes antropológicos, a latência sexual subtendida e a ocultação dos males físicos e sociais da escravidão; ao orientalismo de Delacroix e Manet, a demonização pela cor e a influência libertina e imoral das negras; e, por fim, o realismo idealista de Modesto Brocos, que marcou a mudança de discurso artístico do último quartel do século XIX e que via na mulher negra a chave para o futuro harmonioso e branqueado do Brasil.
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