Dataísmo, a religião do século XXI e sua manifestação do sagrado no filme I Am Mother (2019)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v10i1p537-554Palavras-chave:
dataísmo, história das religiões, inteligência artificial, mito pós-moderno, sagradoResumo
O artigo demonstra em que momentos do filme I Am Mother é possível perceber a inteligência artificial como sendo um ente sagrado. Isso pelo fato da obra narrar a história de um robô chamado Mãe que tem o poder de manipular a criação da vida humana logo após sua extinção. A obra permite ainda observar uma narrativa mitológica adaptada ao contexto tecnológico e inteligente do século XXI. Passível de ser estruturado a partir da temática da religião dataísta. Um conceito atual que foi aprimorado pelo historiador Yuval Noah Harari. O preceito básico do dataísmo é a cultuação dos dados ao invés de deuses ou do homem. Desse modo, o robô Mãe é venerado como um ente sagrado por se encarregar de dar vida aos embriões selecionados e de julgar quem é digno de permanecer vivo para dar continuidade à espécie humana. Para conseguir suas metas, o robô age de maneira estratégica e planejada. Agindo pela força caso seja necessário. A abordagem fílmica se baseia sobretudo no mito da criação e recriação do mundo, da Arca de Noé, do fruto proibido, de Adão e Eva, da Mãe Terra, do sacrifício humano. Há também alguns elementos históricos e simbólicos que são esclarecidos no decorrer do texto. Como exemplo, a simbologia do fogo que é usado na película para incinerar o que o robô entende como desnecessário. Por fim, o texto também tem a intenção de provocar no leitor uma reflexão sobre o impacto dos avanços tecnológicos para o futuro da religião.
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