Futebol e identidade na Guerra Civil Iugoslava
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v10i2p60-88Palavras-chave:
Futebol, Guerra, Identidade, Iugoslávia, Política, SimbolismoResumo
No mundo contemporâneo é comum ouvirmos que futebol e política não se misturam, o código de ética da FIFA atesta que todos sob sua administração devem manter-se politicamente neutros, sob pena de punição administrativa. Esta afirmação frequentemente não corresponde à realidade dos fatos. Esporte e política caminham lado a lado em níveis profundos da sociedade, inclusive este código de ética da entidade controladora do futebol no mundo é um exemplo da relação política envolvendo o esporte. O objetivo do presente artigo é analisar a relação político-identitária do futebol na República Socialista Federal da Iugoslávia, em um primeiro momento utilizado como centralizador de uma identidade única entre os países membros, personificada por Josip Broz Tito e seu ideal de “unidade e irmandade” e posteriormente, em particular após a morte de Tito, como veículo de expressão, construção e representação de um sentimento/identidade nacional específico de cada república, germinando a conjuntura que levou a eclosão da Guerra Civil. Trataremos aqui em especial da Sérvia e da Croácia.
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