O antissemitismo como ódio obstinado
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v10i2p221-236Palavras-chave:
Antissemitismo, Nazismo, Mentalidade coletiva, História socialResumo
O objetivo desse artigo é historicizar o antissemitismo, ou seja, considerá-lo como objetivo de estudo não anacrônico, mas condizente com o tempo em que se insere, levando em consideração as divergências ao longo de sua existência na Europa, as rupturas em seu cerne discursivo, mas também as continuidades. Para isso, se faz necessário analisar a vigência do ódio aos judeus em longa duração; na Idade Média, sobre a ótica da religiosidade e com os moldes de conversão, passando brevemente pelo século XIX com o alicerce da raça, como uma característica inerente e irreversível dos judeus, e pelo darwinismo social presente originalmente a partir do fim do século XIX alinhado às teorias eugenistas, e adentrando finalmente no período nazista, mais especificamente na origem do Estado Racial Nazista, utilizando como documentação primária Programa de 25 pontos do NSDAP que foi promulgado pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães em 1920, escrito por Hitler e Anton Drexler. A inserção do antissemitismo no núcleo do pensamento da sociedade é, de fato, uma construção social, mas se dá simbioticamente às relações sociais como um todo, ou seja, um axioma, parte significativa e motriz da mentalidade coletiva, logo o antissemitismo era tão presente que se tornara um senso comum e futuramente seria a base e justificativa de hediondos crimes contra a humanidade cujo ápice foi o holocausto.
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