Uberaba à luz do modo de produção escravista colonial: dinâmicas de escravizados no circuito mercantil (1830–1888)

Autores

  • João Pedro Passos de Barros Borges Universidade Federal do Triângulo Mineiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v12i1p519-550

Palavras-chave:

Escravidão, Uberaba, História econômica, Brecha camponesa

Resumo

A pesquisa tem por objetivo debater quais as incidências que permitem que um escravizado consiga se integrar num circuito mercantil na cidade de Uberaba durante o período imperial. Para isso, recorreu-se à padronização de documentos como cartas de alforria, penhoras, fianças, hipotecas, manumissões, inventários, considerando o debate historiográfico clássico que se levantou para analisar os aspectos do movimento e dos circuitos mercantis durante o período por parte de escravizados. Dando demasiada atenção ao conceito de “brecha camponesa” e suas críticas ulteriores; além de procurar apresentar uma interpretação que dê conta de identificar os fenômenos factuais dos documentos a partir das obras de Louis Althusser e Nicos Poulantzas. Por fim, lê-se a sujeição jurídica de alguns escravizados e propõe-se a compreensão da liberdade a partir das descontinuidades da reprodução do escravismo colonial.

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Publicado

2023-10-31

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Como Citar

Borges, J. P. P. de B. (2023). Uberaba à luz do modo de produção escravista colonial: dinâmicas de escravizados no circuito mercantil (1830–1888). Epígrafe, 12(1), 519-550. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v12i1p519-550