Memória e disputa em torno do legado de Marielle Franco: a(s) placa(s) como lugar de memória
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v13i1p126-141Palavras-chave:
Marielle Franco, Lugar de Memória, IdentidadeResumo
O homicídio que vitimou Marielle Franco e Anderson Gomes, em 2018, ocupa ainda destaque na história política recente do Brasil. Ainda sem solução o crime, não obstante passados já 5 (cinco) anos do ocorrido, ganhou corpo o movimento de nomeação informal de diversas ruas e praças com o nome da vereadora assassinada, o que despertou debates animosos nos mais diversos espaços. Desta sorte, o presente trabalho investiga, pois, se a afixação de tais placas em homenagem a Marielle Franco acaba por se tornar um “lugar de memória”, conforme conceituado por Pierre Nora (1993). Questiona-se se toda a disputa em torno das placas, bem assim a identificação de grupos políticos, movimentos sociais e minorias com o legado da vereadora, autorizaria classificar as “placas” como tal. Para tanto, em sede de metodologia, a pesquisa lançou mão de abordagem qualitativa, por meio de revisão de literatura, além da coleta de manifestações, reportagens, depoimentos, postagens nas redes sociais digitais, além de sessões de comentários em portais de notícias e no site oficial em homenagem à vereadora, o “institutomariellefranco.org”. Como conclusões, compreendeu-se que o esforço empreendido por ambos os lados em torno da trajetória de vida, de luta e da própria morte da Vereadora como empreendimentos de memória, ora lançando mão do lugar de memória em que consistiu e consiste a placa de homenagem, ora ocupando na forma de discurso ou narrativa, seja em defesa das mesmas bandeiras de Marielle, seja tentando esmaecer seu legado.
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