Egito Antigo no Brasil: possibilidades de pesquisa a partir das estatuetas funerárias do acervo do MAE-USP

Autores

  • Thaisy Palmuti Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v13i2p140-176

Palavras-chave:

Egito Antigos, Artefatos, Acervo, Estatuetas Funerárias

Resumo

O Egito Antigo é amplamente conhecido no Brasil, sendo presente nas pesquisas acadêmicas, na educação básica e na cultura popular. Entretanto, ele é visto pela sociedade como uma civilização distante e exótica, marcada por crenças religiosas místicas. Na atualidade, os pesquisadores têm trabalhado para desconstruir esta e outras perspectivas estereotipadas, sendo os brasileiros parte importante desse processo. Este artigo tem o intuito de evidenciar a relevância de pesquisas realizadas por brasileiros, focando nas possibilidades de pesquisa a partir das estatuetas funerárias/shabtis presentes no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). Primeiramente, buscamos contextualizar o acervo, evidenciando o potencial científico e cultural que ele detém. Por fim, apresentaremos o trabalho realizado com essas estatuetas, com o intuito de mostrar a relevância desse patrimônio cultural presente no Brasil para a construção de debates e para a desconstrução de estereótipos acerca do Egito Antigo.

 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ARAÚJO, Luis Manuel. Estatuetas funerárias egípcias da XXI dinastia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

ARROYO, Victoria. Os Amuletos Funerários do Antigo Egito na Coleção do MAE/USP. In: BRANCAGLION Jr., A. CHAPOT, G. (orgs.) Semna – Estudos de Egiptologia V. Rio de Janeiro: Editora Klínē, 2018, p. 243-254.

AUBERT, Jacques François; AUBERT. Liliane. Statuettes égyptiennes: chaouabtis, ouchebtis. Paris: Librairie d’Amérique et d’Orient, 1974.

BAKOS, Margaret Marchiori. (org.) Egiptomania: O Egito no Brasil. São Paulo: Paris editorial, 2004.

BAKOS, Margaret Marchiori. A egiptomania na América do Sul: um estudo multidisciplinar e comparativo. XXIV Simpósio Nacional de História. História e Multidisciplinaridade: territórios e deslocamentos. São Leopoldo (RS): UNISINOS, 2007.

BAKOS, Margaret Marchiori. Hieróglifos: Imagens, sons e egiptomania. Phoînix, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 178-201, 2007.

BARD, Kathryn. Encyclopedia of the Archaeology of Ancient Egypt. Londres: Routledge, 1999.

BENNETT, James E. The Archaeology of Egypt in the Third Intermediate Period. Cambridge University Press, 2019.

BRANCAGLION JR. Antônio. Arqueologia e religião funerária: a propósito do acervo egípcio do MAE. São Paulo: USP, 1993.

BRANCAGLION JR. Coleções egípcias no Brasil. In: Egiptomania: O Egito no Brasil. São Paulo: Paris editorial, 2004.

BRANCAGLION JR. O acervo egípcio do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. São Paulo: 2017.

DA COSTA, Karine Lima. A quem pertence o patrimônio cultural? Propriedade em debate. Tempos Históricos, Cascavel, v. 22, n. 1, 2018, p. 100-119.

DA SILVA, Thais Rocha. Fronteiras da Egiptologia: Orientalismo, Helenização e Estudos de gênero. Revista de Estudos Árabes e das Culturas do Oriente Médio, São Paulo, v. 8, 2016, p. 42-57.

DA SILVA, Thais Rocha. A disputa de Thoth e Clio na sala de aula: problemas e possibilidades do ensino do Egito Antigo no currículo escolar. 1º Simpósio Internacional de História Pública: A história e seus públicos. São Paulo: 2012.

DE LEÃO, Natália Munaro. As (re) descobertas dos viajantes e exploradores no Egito dos séculos XVIII e XIX. Oficina do Historiador, Porto Alegre, v. 8, n. 1, 2015, p. 177-193.

DERRICOURT, Robin. Antiquity imagined: The Remarkable Legacy of Egypt and the Ancient Near East. Londres & Nova York: LB Tauris, 2015.

DUARTE, Cássio Araújo. Scenes from the Amduat on the Funerary Coffins and Sarcophagi of the 21st Dynasty. Florence, Proceedings of the XI International Congress of Egyptologists, Florence, 23-30 August 2015. Archaeopress, 2017, p. 159-165.

FUNARI, Raquel dos Santos. Imagens do Egito Antigo: Um estudo de representações históricas. São Paulo: Annablume, 2006.

FUNARI, Raquel dos Santos. O acervo egípcio a serviço da educação. In: 10 anos de LARP: trajetórias e perspectivas, São Paulo, 2023.

FUNARI, Pedro Paulo Abreu; FUNARI, Raquel dos Santos. O presente do passado: o Egito no Brasil. Hélade, Rio de Janeiro, v. 1, 2015, p. 35-43.

GAMA, Cintia Alfieri. Os Servidores funerários da coleção egípcia do Museu Nacional: catálogo e interpretação. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008.

GAMA, Cintia Alfieri. Evitando a “Segunda Morte”: a necessidade alimentar do morto para manter-se vivo no Egito Antigo. REVER: Revista de Estudos da Religião, São Paulo, v. 15, n. 1, 2015, p. 10-30.

GARCÍA, Juan Carlos Moreno. The Cursed Discipline?: The Peculiarities of Egyptology at the Turn of the Twenty-First Century. In: Histories of Egyptology. Routledge, 2014. p. 50-63.

HOWLEY, Kathryn. The Materiality of Shabtis: Figurines over Four Millennia. Cambridge Archaeological Journal, v. 30:1, 2019, p. 123–140.

ICOM. Código de Ética para Museus. Disponível em: <https://icom.org.br/wp-content/themes/colorwaytheme/pdfs/codigo%20de%20etica/codigo_de_etica_lusofono_iii_2009.pdf> Acesso em 07 de fevereiro de 2024.

JANES, Glenn. Shabtis: a private view. Paris: Librairie Cybele, 2002.

KAHL, Jochem. Archaism. In: UCLA Encyclopedia of Egyptology. Los Angeles: 2010. Disponível em: https://escholarship.org/uc/item/3tn7q1pf.

KAWAMINAMI, André Shinity. Materialidade e identidade: os shabtis das Esposas Divinas de Amon. Mare Nostrum, São Paulo: v. 12, n. 1, p. 53-80, 2021.

LEPHAMA TV. Essa é a mistura do Brasil com Egito. Egiptomania e Egiptologia no Brasil. Youtube, 28 de julho de 2023. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=R1920u4ISfc.

MEFFRE, Raphaële. Les serviteurs funéraires thébaines de Troisième Période Intermédiaire. In: Servir les dieux d’Égypte: Divines adoratrices, chanteuses et prêtes d’Amon à Thèbes (p. 134-141). Paris: Somogy Éditions d’Art, 2018.

MENESES, Ulpiano Bezerra. Como explorar um museu histórico. São Paulo: Museu Paulista, 1992, p. 3-10.

MOTA, Denise. "Rainha Cleópatra" expõe o lugar de estrangeiridade da soberana do Egito. Folha de São Paulo. São Paulo: 2023. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/denise-mota/2023/05/rainha-cleopatra-expoe-o-lugar-de-estrangeiridade-da-soberana-do-egito.shtml.

NICHOLSON, Paul; SHAW, Ian. (Ed.). Ancient Egyptian materials and technology. Cambridge: Cambridge university press, 2000.

NICHOLSON, Paul. Faience Technology. In: UCLA Encyclopedia of Egyptology. Los Angeles: 2009. Disponível em: https://escholarship.org/uc/item/9cs9x41z.

O GLOBO. 'Fêmea alfa', Cleópatra é modelo profissional e de feminilidade para novas gerações. Rio de Janeiro: 2023. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2023/05/femea-alfa-cleopatra-e-modelo-profissional-e-de-feminilidade-para-novas-geracoes.ghtml.

ONSTINE, Suzanne. Gender and the religion of Ancient Egypt. Religion Compass, v. 4, n. 1, p. 1-11, 2010.

RODRIGUES, Guilherme Diogo, MENDES, Jessica Silva, MOURA, Cleberson Henrique, & RIGOLON, Ana Carvalho. (2023). Digitalizando a arqueologia com Reflectance Transformation Imaging (RTI) no LARP. In: 10 anos de LARP: trajetórias e perspectivas. São Paulo: 2023.

SAGREDO, Raisa. De José do Egito aos Dez Mandamentos: olhando o Egito Antigo através da TV brasileira.VI Semana Acadêmica de História - Visões de Mundo: história, representações e narrativas, v. 6, 2015.

SALES, José das Candeias. A arqueologia egípcia no séc. XIX: da “caça ao tesouro” à salvaguarda da herança faraônica. Cadmo: Revista do Instituto Oriental da Universidade de Lisboa, p. 85-112, 2002.

SCHNEIDER, Hans. Shabtis: an introduction to the history of ancient egyptian funerary statuettes with a catalogue of the collection of shabtis in the national museum of antiquities at Leiden. v. 1,2 e 3, Leiden: Rijksmuseum van oudheden, 1977.

SHAW, Ian (Ed.). The Oxford history of ancient Egypt. OUP Oxford, 2003.

TAYLOR, John. Death and the afterlife in ancient Egypt. Londres: British Museum Press, 2001.

TIRADRITTI, Francesco (ed.). Tesouros do Egito: do museu egípcio do Cairo. São Paulo: Manole, 1998.

TRIGGER, Bruce. História do Pensamento Arqueológico. São Paulo: Odysseus, 2004.

VASCONCELLOS, Camilo de Mello. Arqueologia e educação patrimonial: a experiência do MAE-USP. Revista CPC, v. 14, n. 27esp, p. 255-279, 2019.

VASQUES, Marcia Severina. La investigación sobre el Antiguo Egipto en Brasil: balance, retos y perspectivas. Arqueología, Buenos Aires, v. 26(3), 2020, p. 111-126.

VON SEEHAUSEN, Pedro Luiz. Um vislumbre sobre o resgate da coleção egípcia do Museu Nacional. In: BRANCAGLION Jr., A. CHAPOT. G., RIBEIRO, D. S. (orgs.) Semna – Estudos de Egiptologia VII. Rio de Janeiro: Editora Klínē, 2021, p. 64-68.

WENDRICH, Willeke. Identity and personhood. In: Egyptian Archaeology, p. 200-219, 2010.

WUETHRICH, Annik Méry. Étude critique des chapitres dits “supplémentaires” du Livre des Morts 162 a 167. Tese apresentada na Universidade de Genebra, 2007.

Imagens

Imagem 1: CARNEGIE MUSEUM OF NATURAL HISTORY. Disponível em: https://carnegiemnh.org/shabtis-small-statues-found-in-ancient-egyptian/.Acesso em 15 de fevereiro de 2024.

Imagem 2: MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA. Shabti de Taudjatrê. Fotografia de Ader Gotardo, 2024.

Imagem 3: MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA. Shabti de Maatkarê. Fotografia de Ader Gotardo, 2024.

Imagem 4: ARQUIVO PESSOAL. RTI - inv. 76/3.165, 2023.

Imagem 5: ARQUIVO PESSOAL. RTI - inv. RGA 7152/ MP 012-15, 2023.

Imagem 6: ARQUIVO PESSOAL. RTI - inv. 83/5 - face anterior, 2024.

Imagem 7: ARQUIVO PESSOAL. RTI - inv. 83/5 - face posterior, 2024.

Downloads

Publicado

2024-12-26

Dados de financiamento

Como Citar

Palmuti, T. (2024). Egito Antigo no Brasil: possibilidades de pesquisa a partir das estatuetas funerárias do acervo do MAE-USP. Epígrafe, 13(2), 140-176. https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v13i2p140-176