Decolonizar e (re)pensar as narrativas históricas: novas abordagens no Museu da Inconfidência
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v13i2p80-96Palavras-chave:
Decolonialidade, Direito à memória, Museu da InconfidênciaResumo
Este artigo apresenta uma reflexão com bases teóricas sobre a importância da construção do pensamento decolonial no espaço museal, a partir do reconhecimento de novas abordagens e narrativas contra-hegemônicas. Também serão apresentadas as atividades desenvolvidas no Museu da Inconfidência a partir do projeto de extensão “Museus Em Movimento”, coordenado pelo professor Marcelo Abreu do departamento de História da Universidade Federal de Ouro Preto/UFOP, que surgiu como continuidade ao projeto de extensão “Museu da Inconfidência e Direito à História: pesquisa do acervo e curadorias compartilhadas com os movimentos culturais de Ouro Preto”, realizado no ano de 2023. Nesse sentido, as atividades de extensão estão sendo desenvolvidas a partir da proposta de uma curadoria compartilhada com movimentos sociais/culturais da cidade de Ouro Preto, que produzem perspectivas afro-diaspóricas sobre a história da cidade: Palma Preta, Outro Preto, a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia e a Mina Du Veloso. O projeto também mobilizou atividades no Museu da Inconfidência, com foco na produção de histórias plurais que expressassem a presença dos grupos sociais subalternizados na história brasileira, como oficinas para professores e debates públicos, por exemplo. Assim, o projeto se mostra pertinente na construção da história pública, uma vez que visa apresentar a construção da narrativa histórica apresentada nos museus em colaboração com as comunidades e grupos sociais num processo de democratização da memória. Tal proposta assume compromisso com a história pública como movimento caracterizado pela autoria compartilhada e escritas colaborativas usando diferentes linguagens.
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