Monte Rushmore: uma análise entre o patrimônio, a memória e a história
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v13i2p214-241Palavras-chave:
Conflito, Esquecimento, Memória, Monte Rushmore, PatrimônioResumo
O Monte Rushmore, comumente entendido hoje como “Santuário da Democracia”, consiste em um patrimônio extremamente popular nos Estados Unidos. Contudo, sua história intrinsecamente relacionada ao passado da nação estadunidense silencia grupos diretamente afetados pela construção do monumento — desse modo, a História oficial do país também o faz. Entendendo a própria montanha como objeto material para estudo, o presente artigo busca analisar a história do Monte Rushmore a fim de compreender as diferentes apropriações sobre a região, considerando as relações entre a montanha e os povos que ali interagiram. Através da análise realizada, compreende-se que o simbolismo do monumento não se concretiza na prática, de tal modo que o projeto de união de determinada nação, na realidade, exclui as memórias e vivências de diversas comunidades. No entanto, os grupos rejeitados pela narrativa oficial da história norte-americana fazem frente às tentativas de silenciamento e esquecimento, reagindo das mais diversas formas — através de discursos, manifestações, monumentos, dentre outros — a fim de reescrever as memórias sobre seu país e sua coletividade.
Downloads
Referências
Sites:
Site oficial do parque responsável pelo Monte Rushmore: https://www.nps.gov/index.htm. Acesso em 10 jan. 2023.
Site oficial da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos: https://memory.loc.gov/diglib/legacies/loc.afc.afc-legacies.200003524/. Acesso em 10 jan. 2023.
Site oficial do memorial para Crazy Horse: https://crazyhorsememorial.org/visit. Aceso em: 01 fev. 2023.
Referências Bibliográficas
CATROGA, Fernando. Memória, História e Historiografia. 1.ed. - Coimbra, Quarteto Editora. 2021.
CARVALHO, Fernanda Ricalde Teixeira. Turismo e patrimônio cultural material. Cultur: Revista de Cultura e Turismo, Ilhéus, ano 9, n. 1, p. 143-159, fev. 2015.
COOLIDGE FOUNDATION. Speech at Mount Rushmore. Disponível em: https://coolidgefoundation.org/resources/speech-at-mount-rushmore/. Acesso em: 17/12/2023
FUNARI, Pedro Paulo Abreu e PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e cultural. 2.ed. - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. Antropologia dos objetos: coleções, museus e patrimônios. Rio de Janeiro, 2007.
MAYER, Justin J. Historical Memory of Mount Rushmore. 2010. Tese de Mestrado – University of North Dakota, Grand Forks, 2010.
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. O objeto material como documento, aula ministrada no curso “Patrimônio cultural: políticas e perspectivas”, organizado pelo IAB. CONDEPHAAT em 1980, mimeo, 1996.
MENESES, Ulpiano T. Memória e cultura material: documentos pessoais no espaço público. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 89-103, 1998.
MILLER, D. Teoria das coisas. In: Trecos, Troços e Coisas. São Paulo: Cia das Letras, 2013, p. 66-118.
LE GOFF, Jacques. “Documento/Monumento”. In: História e memória. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1990, p. 535-549.
LIMA FILHO, Manuel Ferreira. “Entre campos: cultura material, relações sociais e patrimônio”. In: TAMASO, Izabela Maria; LIMA FILHO, Manuel Ferreira (orgs). Antropologia e Patrimônio Cultural. Trajetórias e Conceitos. Brasília: Associação Brasileira de Antropologia, 2012, p. 111-128.
TALIAFERRO, John. Great White Fathers: The Story of the Obsessive Quest to Create Mount Rushmore. Public Affairs. New York. 2002.
REDE, Marcelo. História a partir das coisas: tendências recentes nos estudos de cultura material. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.4, 1996, pp. 265-282.
SENIE, Harriet F. Monumental Controversies Mount Rushmore: Four Presidents, and the Quest for National Unity. Potomac Books, Lincoln, 2023.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Thiago Souza Cavalheiro, Júlia Mesquita Santos de Jesus

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autorizo a Revista Epígrafe a publicar o trabalho (Artigo, Resenha ou Ensaio) de minha autoria/responsabilidade, assim como me responsabilizo pelo uso das imagens, caso seja aceito para a publicação on-line.
Eu concordo a presente declaração como expressão absoluta da verdade e me responsabilizo integralmente, em meu nome e de eventuais co-autores, pelo material apresentado.
Atesto o ineditismo do texto enviado.