Revoltas na Inglaterra do século XIV: uma análise a partir da Gesta Abbatum Monasterii Sancti Albani
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v14i1p754-784Palavras-chave:
Eventos extremos, Inglaterra, RevoltasResumo
A historiografia sobre a Inglaterra do século XIV tende a associar o aumento de episódios de violência e desordem na sociedade à ocorrência das chamadas “crises do século XIV”: a Grande Fome, a Grande Peste e a Guerra dos Cem Anos. Durante este período, diversas cidades inglesas foram palco de revoltas populares, culminando no evento que ficou conhecido como a Revolta Camponesa de 1381. Entre elas está St Albans, cidade próxima a Londres, a qual presenciou, durante todo o século XIV, conflitos entre seus habitantes e a abadia que detinha os poderes senhoriais sobre a região. Estas disputas ficaram registradas na Gesta Abbatum Monasterii Sancti Albani, coleção de manuscritos compilados no mosteiro beneditino de St Albans. Ao narrar estes acontecimentos, seus autores ofereceram também explicações que relacionavam as revoltas a outros fatores, como à instabilidade política e à má conduta da população. Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de Iniciação Científica que objetivou estudar a abordagem das revoltas camponesas do século XIV na Gesta Abbatum Monasterii Sancti Albani, em especial as associações feitas por seus autores entre as revoltas e o que chamamos aqui de eventos extremos: episódios de fome, peste, guerras, fenômenos naturais e de natureza espiritual.
Downloads
Referências
CAMPBELL, Bruce. The Great Transition: Climate, Disease and Society in the Late-Medieval World. Nova Iorque: Cambridge University Press, 2016.
CANNING, Joseph. The Crisis of the Fourteenth Century. In: CANNING, Joseph; LEHMANN, Hartmut; WINTER, Jay. Power, Violence and Mass Death in Pre-Modern and Modern Times. Londres: Routledge, 2016.
CLARK, James G. (ed.). The Deeds of the Abbots of St Albans: Gesta Abbatum Monasterii Sancti Albani. Tradução: David Preest. Woodbridge: The Boydell Press, 2019.
DYER, Christopher. An Age of Transition? Economy and Society in England in the Later Middle Ages. Nova Iorque: Oxford University Press, 2005.
JORDAN, William. The Great Famine: Northern Europe in the Early Fourteenth Century. Princeton: Princeton University Press, 1996.
KNOWLES, David. Great historical enterprises: problems in monastic history. Londres: Thomas Nelson and Sons Ltd, 19663.
LUCAS, Adam. Ecclesiastical Lordship, Seigneurial Power and the Commercialization of Milling in Medieval England. Londres e Nova York: Routledge, 2014.
ORMROD, William Mark. Political Life in Medieval England, 1300-1450. British History in Perspective. Macmillan Press, 1995.
PRESCOTT, Andrew. ‘Great and horrible rumour’: Shaping the English revolt of 1381. In: FIRNHABER-BAKER, Justine; SCHOENAERS, Dirk (ed.). The Routledge History Handbook of Medieval Revolt. Londres: Routledge, 2017.
RILEY, Henry Thomas (ed.). Gesta Abbatum Monasterii Sancti Albani: A Thoma Walsingham, Regnante Ricardo Secundo, Ejusdem Ecclesiae Praecentore, Compilata. Londres: Longmans, Green, Reader, and Dyer, 1867a. v. 1.
RILEY, Henry Thomas (ed.). Gesta Abbatum Monasterii Sancti Albani: A Thoma Walsingham, Regnante Ricardo Secundo, Ejusdem Ecclesiae Praecentore, Compilata. Londres: Longmans, Green, Reader, and Dyer, 1867b. v. 2.
RILEY, Henry Thomas (ed.). Gesta Abbatum Monasterii Sancti Albani: A Thoma Walsingham, Regnante Ricardo Secundo, Ejusdem Ecclesiae Praecentore, Compilata. Londres: Longmans, Green, Reader, and Dyer, 1867c. v. 3.
TOEPFER, Rebecca. The Abbey at St Albans and its relationship with its lordship in the Later Middle Ages. University of Southampton, Doctoral Thesis, 2017.
VAN BAVEL, Bas. et al. Disasters and History. Cambridge University Press, 2020.
VANDERPUTTEN, Steven. Typology of medieval historiography reconsidered: a social re-interpretation of monastic annals, chronicals and gesta. Historical Social Research, v. 26, n. 4, p. 141–178, 1 jan. 2001.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Manuella Catto Barros

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista Epígrafe não exerce cobrança pelas contribuições recebidas, garantindo o compartilhamento universal de suas publicações. Os autores mantêm os direitos autorais sobre os textos originais e inéditos que disponibilizarem e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.