Gênero e movimentos de mulheres no Atlântico: uma categoria de análise em disputa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v14i1p472-497Palavras-chave:
África, Diáspora africana, Feminismos negros, gênero, movimento de mulheresResumo
O presente trabalho se propõe a discutir a história do conceito de gênero e suas relações com os movimentos de mulheres, em especial os feminismos negros, os feminismos africanos e outros movimentos idealizados tanto por mulheres africanas — naturais e radicadas no continente africano — quanto na diáspora africana entre meados do século XX e início do XXI em espacialidades distintas. Será analisado, também, de que maneira tais movimentos contribuíram para a emergência, a crítica e o tensionamento do conceito de gênero, compreendendo que este é constantemente disputado entre os movimentos de mulheres. Sem pretensões ilusórias de se esgotar o tema ou contemplar plenamente todas as movimentações organizadas por mulheres negras e africanas na contemporaneidade, busca-se apresentar ao leitor questões e provocações que o auxiliem a mapear algumas possibilidades de debates.
Downloads
Referências
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
ASSUNÇÃO, Helena Santos. “Reflexões sobre perspectivas africanas de gênero.” In: Cadernos Pagu, n. 58, p. 1-25, 2020.
AMADIUME, Ifi. Male Daughters, Female Husbands: Gender and Sex in an African Society. Londres: Zed Books, 2015.
BAKARE-YUSUF, Bibi. “‘Yorubas don’t do gender’: a critical review of Oyeronke Oyewumi’s The Invention of Women: Making an African Sense of Western Gender Discourses”. In: African Identities, vol. 1, n.1, pp. 119-140, 2003.
BARBOSA, Muryatan Santana. A construção da perspectiva africana: uma história do projeto História Geral da África (Unesco). Revista Brasileira de História. São Paulo, V. 32, n° 64, 2012, pp. 211-230.
BARBOSA, Muryatan Santana. A África por ela mesma: a perspectiva africana na História Geral da África (UNESCO). 2012. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
BARBOSA, Muryatan Santana. A perspectiva africana na História Geral da África (Unesco). Revista Tempo. Niterói, vol. 24, n° 3, 2018, pp. 401-421.
CARNEIRO, Sueli. “Mulheres em movimento”. In: Estudos Avançados, 17 (49), pp. 117-132, 2003.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. “A tarefa das ciências humanas, hoje”. In: Floema – Ano I, n.1 A, pp. 63-87, 2005.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: Ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
GOMES, Patrícia Godinho; FURTADO, Cláudio Alves. Encontros e desencontros de lá e de cá do Atlântico: mulheres africanas e afro-brasileiras em perspectiva de gênero. Salvador: EDUFBA, 2017.
HOOKS, bell. Teoria feminista: da margem ao centro. São Paulo: Perspectiva, 2019.
HUDSON-WEEMS, Cleonora. Africana Womanism - O outro lado da moeda. In: Universidade Autónoma Preta Popular. 2012. Disponível em: (http://quilombouniapp.files.wordpress.com/2012/03/cleonora-hudson1.jpg). Acesso em: 01/10/2023.
HUDSON-WEEMS, Cleonora. Mulherismo Africana: recuperando a nós mesmos. São Paulo: Editora Ananse, 2020.
HOUNTONDJI, Paulin. “Conhecimento de África, conhecimento de Africanos: duas perspectivas sobre os Estudos Africanos”. In: Revista Crítica de Ciências Sociais, n.80: pp. 149-160, 2008.
JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária. São Paulo: Ática, 1994.
LIMA, Mônica. A África tem uma história. Revista Afro-Ásia, 46, 2012, pp. 279-288.
MAMA, Amina. Amina Mama: sobre feminismos africanos. Buala. 2021. Disponível em: (https://www.buala.org/pt/cara-a-cara/amina-mamasobre-feminismos-africanos) . Acesso em: 07/04/2023.
MUDIMBE, Valentin-Yves. A Invenção de África. Gnose, filosofia e a ordem do conhecimento. Luanda: Edições Pedago 2013.
NJERI, Aza; RIBEIRO, Katiúscia. Mulherismo Africana: práticas na diáspora brasileira. Currículo sem Fronteiras, v. 19, n. 2, pp. 595-608, maio/ago. 2019.
NASCIMENTO, Elisa Larkin (org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.
NASCIMENTO, Wanderson Flor do. “Oyèrónké Oyewùmí: potências filosóficas de uma reflexão”. In: Problemata, v. 10. n. 2, pp. 8-28. 2019.
ONCAMPO, L. Representatividade das mulheres africanas nas conferências mundiais da mulher (1975-1995). Monografia (Graduação em Relações Internacionais) - Instituto de Humanidades e Letras dos Malês, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. São Francisco do Conde. p. 57. 2020.
OYEWUMI, Oyeronke. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
PISCITELLI, Adriana. Gênero: a história de um conceito. In: ALMEIDA, Heloisa Buarque de; SZWAKO, José. (orgs.) Diferenças, igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, pp. 116-148, 2009.
RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
SARR, Fatou Sow. “Entrevista com Fatou Sow Sarr”. In: Capoeira - Revista de Humanidades e Letras, vol. 5, n. 1, pp. 103-110, 2019.
SLENES, Robert. “A importância da África para as Ciências Humanas”. In: História Social, n. 19, pp. 19-32, 2010.
STEADY, Filomena Chioma. The Black Woman Cross-Culturally. Rochester, Vermont: SCHENKMAN BOOKS, 1981.
SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. In: Educação & Realidade, 20 (2), pp. 71-99, 1990.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Isadora Pires Garcia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista Epígrafe não exerce cobrança pelas contribuições recebidas, garantindo o compartilhamento universal de suas publicações. Os autores mantêm os direitos autorais sobre os textos originais e inéditos que disponibilizarem e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
){kind=link}