A escola no registro da fantasia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i1p22-31Palavras-chave:
discursos pedagógicos, figuras de escola, registro da fantasiaResumo
A fantasia da escola perfeita impulsionou a escola moderna desde seus primórdios, resultando em várias figuras dessa instituição. O artigo focaliza algumas dessas figuras, a começar pela que surge sob a forma da escola-máquina e que, posteriormente, quando a natureza humana desponta como limite ao que é da ordem da máquina, dá lugar a novas figuras. Argumenta-se que o ideal de perfeição presente nos discursos pedagógicos resultou em modalidades diversas de pensar e efetivar a escolarização, sem que necessariamente tenha inviabilizado a escola quanto a seu papel na transmissão de certo legado cultural e como agência socializadora das novas gerações. Entretanto, nas últimas décadas houve uma mudança importante, perceptível no Brasil desde a década de 1990, quando avaliações quantitativas começam a ser utilizadas para definir de forma clara e precisa o grau de perfeição da escola, assim tendendo a inviabilizar a própria educação escolar. O que desde então se acentua é a tendência de anular a necessária distância em relação àquele ideal e, dessa maneira, quanto mais a escola busca alcançar esse ideal consumado, sem falhas, tanto mais se debilita e se consome.
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