Traumatismo e violência: a criança em meio à guerra urbana brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v28i2p202-217

Palavras-chave:

trauma, traumatismo, violência, criança

Resumo

O cotidiano de muitas crianças no Brasil tem sido atravessado por situações violentas extremas, evidenciando um estado de abandono social. Sendo assim, o presente artigo visa compreender, a partir da história de Sandro Barbosa do Nascimento e da psicanálise, a natureza do traumatismo e sua relação ao trauma na experiência da criança que vivencia cenas violentas em seu cotidiano. Compreendemos que o traumatismo se constitui na dimensão singular de cada criança, a partir do modo como lidam com o encontro com o trauma que as cenas violentas comportam, bem como com o gozo que irrompe da proximidade do Outro totalitário. Estes modos podem se constituir do recurso simbólico de cada sujeito, mas também da experiência com o não-sentido.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Tharso Peixoto Souza, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

    Psicanalista e psicólogo. Doutorando em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e docente convidado do Instituto de Educação Continuada (IEC PUC-Minas). Pesquisador bolsista CAPES, Belo Horizonte, MG, Brasil.

  • Cristina Moreira Marcos, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

    Psicanalista. Doutora em Psicanálise e Psicopatologia Fundamental pela Universidade de Paris 7. Professora Adjunto IV da Faculdade de Psicologia e Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Pesquisadora da FAPEMIG e Bolsista CNPq Produtividade em Pesquisa PQ-2,  Belo Horizonte, MG, Brasil.

Referências

Agamben, G. (2004). Estado de Exceção. 2. ed. São Paulo: Boitempo.

Belaga, G. (org) (2004). La urgência generalizada: la práctica en el hospital. Buenos Aires: Grama Ediciones.

Calazans, R. & Bastos, A. (2010). Passagem ao ato e acting-out: duas respostas subjetivas. Fractal: Revista de Psicologia, 22(2), 245-256. doi: https://doi.org/10.1590/S1984-02922010000800002

Chemama, R. & Hoffmann, C. (2020). Trauma na civilização. São Paulo: Instituto Langage.

Douville, O. (2019). Violências e violações impertinentes: a experiência do estrangeiro em terra de rei com um olho só. In: A. M. Guerra, M. S. Otoni & P. D, Penna (Orgs.), Violências e violações impertinentes: Direito e Psicanálise IV (pp.11-31). Belo Horizonte: Scriptum.

Ferenczi, S.(2011a). Reflexões sobre o trauma. In: S. Ferenczi, Obras completas Psicanálise IV (pp.125-135). São Paulo: Editora Martins Fontes. (Obra publicada originalmente em 1934).

Ferenczi, S. (2011b). Confusão de língua entre adultos e a criança. In: S. Ferenczi, Obras completas Psicanálise IV (pp.111-121). São Paulo: Editora Martins Fontes. (Obra publicada originalmente em 1933).

Freud, S. (1969). Lembranças encobridoras. In: S. Freud, Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud (J. Salomão, org., v. III, pp. 329-354). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1899).

Freud, S. (1996a). Inibições, sintomas e angústia (1926). In: S. Freud, Obras psicológicas completas edição standart brasileira (v.XX, pp.81-174). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1926).

Freud, S. (1996b). Uma criança é espancada: uma contribuição ao estudo da origem das perversões sexuais. In: S. Freud, Obras psicológicas completas edição standart brasileira (v. XVII, pp.192-220). Rio de Janeiro: Imago. (Obra publicada originalmente em 1919).

Lacan, J. (2005). O seminário, livro 10: a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. (Seminário proferido em 1962-63).

Lacan, J. (2007). O seminário, livro 23: o sinthoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. (Seminário proferido em 1975-76).

Lacan, J. (2008a). O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. (Seminário proferido em 1964).

Lacan, J. (2008b). O seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. (Seminário proferido em 1972-73).

Lacan, J. (2018a). Os não tolos erram/ Os nomes do pai: seminário entre 1973-1974. Porto Alegre: Editora Fi.

Lacan, J. (2018b, 7 Janeiro). Communication et discussions au symposium international du Johns Hopkings Center a Baltimore. (Comunicação feita originalmente em 1966). M.21-bal. Recuperado de: https://m.21-bal.com/doc/16180/index.html.

Laurent, E. (2014). O trauma ao avesso. Papéis de psicanálise, 1 (1), 21-28. Recuperado de https://xdocz.com.br/doc/o-trauma-ao-avesso-zo252jz929om

Lima, V. M. & Vorcaro, Â. M. R. (2018). Os gêneros tradicionais e a sexuação: os impasses do sujeito entre o sentido e o furo. Trivium - Estudos Interdisciplinares, 10(1), 35-48. doi: http://dx.doi.org/10.18379/2176-4891.2018v1p.35

Marcos, C. & D’Alessandro, C. (2013, outubro). Figuras psíquicas do trauma: uma leitura lacaniana. Revista aSEPHallus, 8(15), 35-58. Recuperado de https://www.isepol.com/asephallus.

Matos, C. P. de. (2014, janeiro a junho). Incidências do trauma: o que de real encontramos em nossa clínica com crianças? Almanaque Online, 8(14). Recuperado de http://almanaquepsicanalise.com.br/incidencias-do-trauma-o-que-de-real-encontramos-em-nossa-clinica-com-criancas/real.

Miller, J. A. (2018, março-julho). Quando o Outro é mau. Opção Lacaniana, 9(25), 1-6. Recuperado de: http://opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_25/Quando_o_Outro_e_mau.pdf

Nascimento, D. A. (2016). A exceção colonial brasileira: O campo biopolítico e a senzala. Cadernos de ética e filosofia política, 1(28), 19-35. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i28p19-35

Padilha, J. (Diretor). (2002). Ônibus 174 [Filme]. Zazen Produções. Disponível em: https://vimeo.com/240313562.

Ramírez, M. E.(2017). La hipermodernidad: el discurso capitalista. In: M. E. Ramírez. Conflicto armado y subjetividade (pp.13-42). Buenos Aires: Grama Ediciones.

Rosa, M. D. (2015). Psicanálise, política e cultura: a clínica em face da dimensão sócio-política do sofrimento. Tese (Livre Docência). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo.

Rosa, M. D. (2016). A clínica psicanalítica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento. São Paulo: Editora Escuta, FAPESP.

Soler, C. (2002). A hipótese lacaniana. Percurso, 15(29), 5-13.

Soler, C. (2021). De um trauma ao Outro. São Paulo: Editora Blucher.

Souza, G. N. de, (2019). Um dizer que enlaça ou as condições do falasser. Stylus (Rio de Janeiro), (38), 227-234. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-157X2019000100015&lng=pt&tlng=pt.

Vieira, M. A. (2008). Restos: uma introdução lacaniana ao objeto da psicanálise. Rio de Janeiro: Contracapa.

Zizek, S. (2014). Violência: seis reflexões laterais, São Paulo: Boitempo.

Downloads

Publicado

2023-08-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Souza, T. P., & Marcos, C. M. (2023). Traumatismo e violência: a criança em meio à guerra urbana brasileira. Estilos Da Clinica, 28(2), 202-217. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v28i2p202-217