No limiar da existência: as adolescências na política pública e o desamparo dessa travessia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v30i1p100-113Palavras-chave:
Adolescente, Saúde do Adolescente, Política de Saúde, Saúde MentalResumo
Na adolescência, a subjetivação segue influenciada pelo neoliberalismo, que potencializa demandas relativas à saúde mental e comportamentos de risco. Frente a esse cenário, surge o questionamento: quais são e o que abarcam as políticas públicas voltadas à adolescência na contemporaneidade? O presente ensaio buscou refletir criticamente sobre a adolescência em tempos neoliberais, seus sofrimentos, adoecimentos e sintomas, traçando uma linha histórica das políticas públicas direcionadas a esse público. Assim, as adolescências e suas atuais problemáticas urgem por novos caminhos e estratégias que reconheçam sua existência, garantam o direito à saúde e bem estar ao longo dessa travessia. Para tal, é imperativo que seja superada a invisibilidade dessa população nas políticas públicas, principalmente no que tange a saúde mental.
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