A psicanálise nas instituições para crianças e adolescentes: a história e seus impasses
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v30i1p52-67Palavras-chave:
historia da psicanálise, memoria, instituições, psicanalise de criançaResumo
O manuscrito visa refletir sobre a presença da Psicanálise nas políticas públicas para infância e adolescência no Brasil. Partimos do recorte de experiências de participação social da psicanálise com crianças em diferentes ocorrências: a prática do lar de crianças na Rússia bolchevique; a educação coletiva nos kibutzim e a experiência francesa da Maison Verte. Ao tensionar os impasses enfrentados pelas diferentes experiências e a história das práticas da Psicanálise no contexto social, vemos aparecer as cesuras que promovem descontinuidades, sobretudo no que se refere à inserção da psicanálise de crianças no Brasil. Conclui-se que a perspectiva de retomada da memória histórico-social fornece importantes subsídios para refletir sobre a práxis psicanalítica atual no país e aponta para a nossa responsabilidade de sustentação da relação entre a Psicanálise e suas incidências políticas.
Downloads
Referências
Abraão, J. L. F. (2009). As origens da psicanálise de crianças no Brasil: Entre a educação e a medicina. Psicologia em Estudo, Maringá, 14 (3), 423-432. Recuperado de https://www.scielo.br/j/pe/a/PNwwvyD3ZcNtbfGwG7mkrhj/?format=pdf.
Alberti, S., & Figueiredo, A. C. (Orgs.). (2006). Psicanálise e saúde mental: Uma aposta. Rio de Janeiro: Companhia de Freud.
Barros-Brisset, F. O. (2010). Um dispositivo conector: Relato da experiência do PAI-PJ/TJMG, uma política de atenção integral ao louco infrator, em Belo Horizonte. Journal of Human Growth and Development, 20(1), 116-128. Recuperado de https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822010000100016&lng=pt&tlng=pt.
Brito, M. M. M. (2006). A abordagem e a clínica no atendimento aos moradores de rua portadores de sofrimento psíquico. Psicologia: Ciência e profissão, 26(2), 320-327. Recuperado de https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932006000200013&lng=pt&tlng=pt.
Broide, J., & Broide, E. E. (2016). A psicanálise nas situações sociais críticas: Metodologia clínica e intervenções. São Paulo: Escuta.
Cunha, G. T. (2005). A construção da clínica ampliada na atenção básica. São Paulo: Hucitec.
Danto, E. A. (2019). As clínicas públicas de Freud: Psicanálise e justiça social, 1918-1938. São Paulo: Perspectivas.
De Certeau, M. (2023). História e psicanálise: entre ciência e ficção. Belo Horizonte: Autêntica. (Obra original publicada em 1987).
Dolto, F. (1986). La maison verte. (Artigo publicado em Esquisses Psychanalytiques nº 5 em 1986 sob o título Actualités). Recuperado de http://www.alaaddin.it/SITO%20DOLTO/Sito%20allegati/La%20maison%20verte%201985%20fr.pdf.
Dunker, C. I. L. (2015). Mal-estar, sofrimento e sintoma: Uma psicopatologia do Brasil entre muros. São Paulo: Boitempo.
Dunker, C. I. L. (2023). Uma psicanálise do porvir. In Gabarron-Garcia, F. Uma História da Psicanálise Popular (pp.7-13). São Paulo: Ubu.
Dunker, C. I. L., & Kyrillos Neto, F. (2015). Psicanálise e saúde mental. Porto Alegre: Criação Humana.
Fancchinetti, C. (2012). Psicanálise para brasileiros: História de sua circulação e apropriação no entre-guerras. Cultura Psi, vol 0, 45-62.
Ferreira, T. (2001). Os meninos e a rua. Belo Horizonte: Autêntica.
Freud, S. (2020). O futuro de uma ilusão. In Obras incompletas de Sigmund Freud: Cultura, sociedade e religião – o mal-estar na cultura e outros escritos. Belo Horizonte: Autêntica. (Trabalho original publicado em 1927).
Freud, S. (2021). Caminhos da terapia psicanalítica. In Obras incompletas de Sigmund Freud: Fundamentos da clínica psicanalítica. Belo Horizonte: Autêntica. (Obra original publicada em 1918-1919).
Gabarron-Garcia, F. (2023). Uma história da psicanálise popular. São Paulo: Ubu.
Kupfer, M. C. (1989). Freud e a educação: O mestre do impossível. São Paulo: Scipione.
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (1990). Dispõe sobre o Estatuto da criança e do adolescente e dá outras providências. Brasília, DF.
Liebermann, G. (2023). Freud no kibutz. São Paulo: Blucher.
Lima, R. A. (2019). Clínicas públicas nos primórdios da psicanálise: uma introdução. Teoría y Crítica de la Psicología 12 (2019), 292–314. Recuperado de https://www.teocripsi.com/ojs/index.php/TCP/article/view/292/242.
Maniakas, G. F. (2019). A psicanálise nos primeiros tempos da Rússia soviética. Discurso, [S. l.], 49 (1), 127-139. Doi: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2019.159306.
Milman, L., & Bezerra Jr, B. (2008). A casa da árvore: uma experiência inovadora na atenção à infância. Rio de Janeiro: Garamond.
Ministério da Saúde (2005). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Caminhos para uma política de saúde mental infantojuvenil. Brasília, DF.
Muguerza, V. H. (2022). Maison verte, 40 anos depois: lugar de vida, lugar de palavra. [Resenha do livro Accueillir l’enfant aujourd’hui: La maison verte a 40 ans]. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 25(2), 480-484. Doi: https://doi.org/10.1590/1415-4714.2022v25n2p480.12.
Nasio, J. D. (1995). Introdução às obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan. Rio de Janeiro: Zahar.
Parker, I., & Pavón-Cuéllar, D. (2022). Psicanálise e revolução: Psicologia crítica para movimentos de liberação. Belo Horizonte: Autêntica.
Pereira, M. R. (2003). O avesso do modelo: bons professores e a psicanálise. Petrópolis, RJ: Vozes.
Reich, W. (1975). Os jardins de infância na Rússia soviética. In Elementos para uma pedagogia antiautoritária, pp. 39-52. Porto, Portugal: Publicações Escorpião.
Reich, W., & Schmidt, V. (1975). Psicanálise e educação. Lisboa: J. Bragança.
Richebächer, S. (2019). Uma ligação perigosa com o poder: a psicanálise na Rússia bolchevique [Trad. G. S. Philipson]. Lacuna: Uma Revista de Psicanálise, 7. Recuperado de https://revistalacuna.com/2019/08/07/n-7-1/#:~:text=Em%201930%20come%C3%A7aram%20os%20debates,1933%2C%20a%20psican%C3%A1lise%20foi%20proibida.
Rinaldi, D. (2017). O desejo do analista na instituição pública de saúde mental. Correio APPOA, 4 (6) Recuperado de https://appoa.org.br/correio/edicao/268/8203o_desejo_do_analista_na_instituicao_publica_de%20_saude_mental/483.
Rizzini, I., & Rizzini, I. (2004). A institucionalização de crianças no Brasil: Percurso histórico e desafios do presente. Rio de Janeiro: PUC-RJ.
Rodrigues, A. (2016). A psicanálise e a política de assistência social brasileira: Um diálogo possível? (Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina).
Roudinesco, E. (1988). História da psicanálise na França: A batalha dos cem anos. Vol. 2 (1925-1985). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Rubin, A. L. (2021). Uma psicanálise para a subversão: a produção psicanalítica brasileira e o discurso (sobre o) adolescente em tempos ditatoriais (1964-1985). (Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo). Doi: https://doi.org/10.11606/T.47.2021.tde-28042021-184232.
Schmidt, V. (1975). Educação psicanalítica na Rússia soviética. In: Elementos para uma Pedagogia Antiautoritária. Porto, Portugal: Publicações Escorpião, pp. 15-38. (Obra original publicada em 1923).
Teperman, D. W. (2012). Família, parentalidade e época: um "nós" que não existe (Tese de Doutorado, Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo). Doi: https://doi.org/10.11606/T.48.2012.tde-16082012-112951.
Vicentim, M. C. G., Gramkow, G., & Rosa, M. D. (2010). A patologização do jovem autor de ato infracional e a emergência de “novos” manicômios judiciários. Journal of Human Growth and Development, 20(1), 61-69. Recuperado de https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822010000100009&lng=pt&tlng=pt.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Laura Resende Moreira, Fuad Kyrillos Neto
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O envio dos manuscritos deverá ser acompanhado de Carta à Comissão Executiva solicitando a publicação. Na carta, o(s) autor(es) deve(m) informar eventuais conflitos de interesse - profissionais, financeiros e benefícios diretos ou indiretos - que possam vir a influenciar os resultados da pesquisa. Devem, ainda, revelar as fontes de financiamento envolvidas no trabalho, bem como garantir a privacidade e o anonimato das pessoas envolvidas. Portanto, o(s) autor(es) deve(m) informar os procedimentos da aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética da instituição do(s) pesquisador(es) com o número do parecer.
O material deve ser acompanhado também de uma Declaração de Direito Autoral assinada por todo(s) o(s) autor(es) atestando o ineditismo do trabalho, conforme o seguinte modelo:
Eu, Rinaldo Voltolini, concedo à revista o direito de primeira publicação e declaro que o artigo intitulado Sobre uma política de acolhimento de professores em situação de inclusão, apresentado para publicação na revista Estilos da Clínica, não foi publicado ou apresentado para avaliação e publicação em nenhuma outra revista ou livro, sendo, portanto, original.
