A sustentação das funções constituintes no processo de subjetivação de bebês em acolhimento institucional
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v30i2p340-353Palavras-chave:
bebê, subjetivação, acolhimento institucional, funções constituintesResumo
Este estudo de revisão teórica busca refletir acerca da subjetivação de bebês inseridos no acolhimento institucional e discutir sobre a sustentação das funções constituintes pelo cuidador do acolhimento. Inicialmente, realiza-se uma contextualização histórica do atendimento voltado à criança no Brasil, ressaltando seu viés assistencialista e institucionalizante. Em seguida, discute-se acerca da subjetivação do bebê e a importância das funções constituintes neste processo, ressaltando os riscos que podem advir quando este laço não se faz presente. Por fim, apresenta-se as dificuldades que podem surgir no acolhimento institucional e como estas interferem na relação entre o cuidador e o bebê acolhido. Demonstra-se necessário oferecer espaços de acompanhamento do cuidador, de modo a auxiliar na sustentação das funções constituintes e, assim, possibilitar um cuidado que transcenda o corpo e aposte no sujeito.
Downloads
Referências
Brasil. (1990). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 26 de julho de 1990. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
Conanda & CNAS. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, & Conselho Nacional de Assistência Social. (2009). Orientações técnicas: serviços de acolhimento para crianças e adolescentes. Brasília, DF.
Dunker, C., & Thebas, C. (2019). O palhaço e o psicanalista: como escutar os outros pode transformar vidas. São Paulo: Planeta do Brasil.
Freud, S. (2010). Introdução ao narcisismo. In S. Freud, Obras Completas (Vol. 12: Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos, P. C. de Souza, trad., pp. 13-50) São Paulo, SP: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1914).
Freud, S. (2011). O eu e o id. In S. Freud, Obras completas (Vol. 16: O eu e o id, “autobiografia” e outros textos, P. C. de Souza, trad., pp. 13-74). São Paulo, SP: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1923).
Freud, S. (1996). Projeto para uma psicologia científica. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., Vol. 1, pp. 212-305). Rio Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1895).
Iaconelli, V. (2023) Manifesto antimaternalista: Psicanálise e políticas da reprodução. Rio de Janeiro: Zahar.
Jerusalinsky, J. (2009). A criação da criança: letra e gozo nos primórdios do psiquismo. (Tese de doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Recuperado de https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/15847.
Jerusalinsky, J. (2002). Enquanto o futuro não vem: A psicanálise na clínica interdisciplinar com bebês. Salvador: Ágalma.
Lacan, J. (2005). Introdução à estrutura da angústia. In J. Lacan, O seminário, livro 10: a angústia (V. Ribeiro, trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1962-1963).
Levin, E. (1995). O corpo e o Outro. In E. Levin, A clínica psicomotora: o corpo na linguagem (2a ed., J. Jerusalinsky, trad., pp. 45-77). Petrópolis, RJ: Vozes.
Marcílio, M. L. (2016). A roda dos expostos e a criança abandonada na história do Brasil: 1726-1950. In M. C. de Freitas (Org.). História social da infância no Brasil (pp. 51-76). São Paulo: Cortez.
Mariotto, R. M. M. (2003). Atender, cuidar e prevenir: a creche, a educação e a psicanálise. Estilos da Clínica, 8(15), 34-47. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v8i15p34-47
Mariotto, R. M. M. (2009). Cuidar, Educar e Prevenir: as funções da creche na subjetivação de bebês. São Paulo: Escuta.
Medeiros, B. C. D. de, & Martins, J. B. (2018). O estabelecimento de vínculos entre cuidadores e crianças no contexto das instituições de acolhimento: um estudo teórico. Psicologia: ciência e profissão, 38(1). 74-87. doi: https://doi.org/10.1590/1982-3703002882017
Nogara, L. (2011). O que podemos prevenir no atendimento institucional de bebês. In F. Nogueira (Org.) Entre o singular e o coletivo: o acolhimento de bebês em abrigos (pp. 105-116). São Paulo: Instituto Fazendo História.
Parra, A. C. de O., Oliveira, J. A., & Maturana, A. P. M. (2019). O Paradoxo da Institucionalização Infantil: Proteção ou Risco?. Psicologia em Revista, 25(1), 155-175. doi: https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2019v25n1p155-175.
Pinto, E. B. (2004). Os sintomas psicofuncionais e as consultas terapêuticas pais/bebê. Estudos de Psicologia, 9(3), 451-457. doi: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000300007
Queiroz, A. C. A, & Brito, L. (2013). Adoção tardia: o desafio da garantia do direito à convivência familiar e comunitária. Textos & Contextos, 12(1), 55-67. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/fass/article/view/13161
Rizzini, I, & Rizzini, I. (2004). A institucionalização de crianças no Brasil: percurso histórico e desafios do presente. Rio de Janeiro: PUC-Rio.
Santos, M. C. M. dos, & Villachan-Lyra, P. (2024). Cuidando de bebês no acolhimento institucional: diálogos com a abordagem pikler. In P. Alvarenga, & M. L. Vieira, (Orgs.), Da parentalidade à distribuição social de cuidados na infância (pp. 279-296) Curitiba: CRV.
Silva, H. C. da, Silva, M. R., Frizzo, G. B., & Donelli, T. M. S. (2018). Sintomas psicofuncionais e depressão materna: um estudo qualitativo. Psico-USF, 23(1), 59-70. doi: https://doi.org/10.1590/1413-82712018230106.
Spitz, René. (1998). O primeiro ano de vida. (E. M. B. da Rocha, trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1961).
Tomás, D. N. (2010). Conhecendo o perfil mediacional de mães sociais: um estudo sobre as interações em abrigos. (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia). Recuperado de https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17110
Winnicott, D. (2020). Os bebês e suas mães. (B. Longhi, trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1971).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ketlin Forgiarini

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O envio dos manuscritos deverá ser acompanhado de Carta à Comissão Executiva solicitando a publicação. Na carta, o(s) autor(es) deve(m) informar eventuais conflitos de interesse - profissionais, financeiros e benefícios diretos ou indiretos - que possam vir a influenciar os resultados da pesquisa. Devem, ainda, revelar as fontes de financiamento envolvidas no trabalho, bem como garantir a privacidade e o anonimato das pessoas envolvidas. Portanto, o(s) autor(es) deve(m) informar os procedimentos da aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética da instituição do(s) pesquisador(es) com o número do parecer.
O material deve ser acompanhado também de uma Declaração de Direito Autoral assinada por todo(s) o(s) autor(es) atestando o ineditismo do trabalho, conforme o seguinte modelo:
Eu, Rinaldo Voltolini, concedo à revista o direito de primeira publicação e declaro que o artigo intitulado Sobre uma política de acolhimento de professores em situação de inclusão, apresentado para publicação na revista Estilos da Clínica, não foi publicado ou apresentado para avaliação e publicação em nenhuma outra revista ou livro, sendo, portanto, original.