O parto também é voltar para casa
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.194407Palavras-chave:
Parto, Mulheres negras, Mulheres indígenas, Resistências, AncestralidadeResumo
Este artigo propõe discutir sentidos atribuídos ao parto, partindo da história de mulheres negras e indígenas na cidade de São Paulo. O trabalho se baseia em relatos partilhados em atividades militante-pedagógicas e em entrevistas semiestruturadas, tomados conjuntamente em caráter exploratório. Referencia-se teoricamente na produção decolonial e mobiliza em especial as discussões de Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento e Aílton Krenak. Como principais resultados, temos que a experiência de parto, embora singular para cada participante, representou um caminho de volta para si/sua ancestralidade, além de ter se desdobrado no desejo de compartilhar os aprendizados de sua vivência em apoio a outras mulheres e crianças, reconhecimento de outros saberes, algo também localizado nos relatos.
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