Territorialidade e deslocamentos forçados: cuidado, socialização política e afro-colombianidade nos kilombos de Bogotá
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.194421Palavras-chave:
Afro-colombianos, Deslocamento, Corpo-território, Espaço-corpo, Inédito-viávelResumo
O presente trabalho busca analisar a construção de horizontes de resistência de afro-colombianos deslocados através da organização de mulheres em kilombos localizados na cidade de Bogotá. Desde o final dos anos 1990, atores armados avançam no pacífico colombiano, modificando abruptamente a política e a produção territorial, com ameaça à integridade social e cultural de grupos compostos por afro-colombianos, indígenas e camponeses. Bogotá, a segunda maior cidade quanto à chegada dos deslocados internos, abriga mais de uma dezena de kilombos, que consistem em espaços de saúde integral intercultural, destinados, sobretudo, aos afro-colombianos. O foco deste trabalho situa-se na participação de mulheres que, enquanto corpos-territórios, ocupam a posição de matronas, atuando na coordenação dos kilombos. Compreende-se os kilombos enquanto espaços de práticas de cuidado, onde o inédito-viável aflora e possibilita a reapropriação do espaço-corpo.
Downloads
Referências
ALVARADO SUÉSCUN, Lina María. Kilombo Razana en el marco de Identidad de la Mujer
Afrocolombiana en Bogotá D.C “Estrategia mutual de despliegue étnica-comunitaria”. Dissertação (Mestrado em Psicologia Comunitária). Escuela de Ciencias Sociales, Artes y Humanidades, Universidad Nacional Abierta y a Distancia, Bogotá, 2020, 128 p.
AROCHA, Jaime. Mi gente en Bogotá: estudio socioeconómico y cultural de los afrodescendentes que residen en Bogotá. Alcadía Mayor de Bogotá. Universidad Nacional de Colombia, Bogotá, 2002.
BANQUERO, Patrick Durand. Organización política de los afrocolombianos residentes en Bogotá. Hallazgos, Bogotá, v. 12, n. 23, 2015, s/p.
BATTHYÁNY, Karina. Articulación entre vida laboral y vida familiar. Las prácticas de cuidado infantil de trabajadoras asalariadas de Montevideo. In: GUTIÉRREZ, María Alicia (org.). Género, familias y trabajo. Buenos Aires: CLACSO, 2007.
CHUEIRI, Vera Karam de; VALENCIA-TELLO, Diana Carolina. Descentralización y recentralización del poder en Colombia: La búsqueda de equilibrios entre la nación y las entidades territoriales. Díkaion, Chia, v. 23, n. 1, p. 171-194, 2014.
ESCOBAR, Arturo. Territorios de diferencia: Lugar, movimientos, vida, redes. Popayán (Colômbia): Samava Impresiones, [2008]. 2010.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais: Contribuição teórica para uma leitura geográfica dos movimentos sociais.
OSAL, ano VI, n. 16, 2005. p. 273-283.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Contribuição ao estudo do campesinato brasileiro: formação e territorialização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST – 1979-1999. Tese (Doutorado em Geografia). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999, 316 p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Notas de Ana Maria Araújo Freire. 23. ed. São Paulo/Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 49. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
GONZÁLEZ ZAMBRANO, Catalina. De negros a afrocolombianos. Oportunidades políticas e dinâmicas de ação coletiva dos grupos negros na Colômbia. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012, 158 p.
HERNÁNDEZ, Delmy Tania Cruz. Una mirada muy otra a los territorios-cuerpos femeninos. Solar, ano 12, vol. 12, n. 1, Lima, 2016, p. 35-46.
HERNÁNDEZ, Tanya Katerí. Subordinação racial no Brasil e na América Latina: o papel do Estado, o Direito Costumeiro e a nova resposta dos Direitos Civis. Salvador: EDUFBA, [2012] 2017, 231 p.
MONTOYA, Jhon Williams. Bogotá, urbanismo posmoderno y la transformación de la ciudad contemporanea. Norte Grande, n. 57 Santiago, mai, 2014, p. 9-32.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do sul. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2010. p. 84-130.
RESTREPO, Eduardo. Etnización de la negridad: contribución a las genealogías de la colombianidad. In: RESTREPO, Eduardo; CASTRO-GÓMEZ, Santiago (orgs). Genealogías de la colombianidad. Formaciones discursivas y tecnologías de gobierno en los siglos XIX y XX. Bogotá: Universidad Javeriana, 2010, p. 96-132.
RESTREPO RUIZ, Alfredo. Aproximación a la planeación urbana en Colombia. Apuntes para su comprensión histórica. Estudios demográficos y urbanos, México, vol. 34, n.3 2019, p. 665-690.
SEGATO, Rita Laura. Territorio, soberanía y crímenes de segundo estado: la escritura en el cuerpo de las mujeres asesinadas en Ciudad Juárez. Série Antropologia, n. 362, Brasília, 2004, p. 1-16.
SILVA, Vera Regina Rodrigues da. Entre quilombos e palenques: um estudo antropológico sobre políticas públicas de reconhecimento no Brasil e na Colômbia. Tese (Doutorado em Antropologia). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012, 292 p.
VIANA, Manuela Trindade. Cooperação internacional e deslocamento interno na Colômbia: desafios à maior crise humanitária na América do Sul. Sur Revista Internacional de Direitos Humanos, ano 6, n. 10, São Paulo, jun., 2009, p. 138-161.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Mayã Martins Correia, Marcelly Machado Cruz, Helena Sabino Rodrigues Cunha

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Ao submeter qualquer material científico para Extraprensa, o autor, doravante criador, aceita licenciar seu trabalho dentro das atribuições do Creative Commons, na qual seu trabalho pode ser acessado e citado por outro autor em um eventual trabalho, porém obriga a manutenção de todos os autores que compõem a obra integral, inclusive aqueles que serviram de base para o primeiro.
Toda obra aqui publicada encontra-se titulada sob as seguintes categorias da Licença Creative Commons (by/nc/nd):
- Atribuição (de todos os autores que compõem a obra);
- Uso não comercial em quaisquer hipóteses;
- Proibição de obras derivadas (o trabalho não poderá ser reescrito por terceiros. Apenas textos originais são considerados);
- Distribuição, exibição e cópia ilimitada por qualquer meio, desde que nenhum custo financeiro seja repassado.
Em nenhuma ocasião a licença de Extraprensa poderá ser revertida para outro padrão, exceto uma nova atualização do sistema Creative Commons (a partir da versão 3.0). Em caso de não concordar com esta política de Direito Autoral, o autor não poderá publicar neste espaço o seu trabalho, sob pena de o mesmo ser removido do conteúdo de Extraprensa.