Necropedagogia: a face negra do projeto educacional no extremo Sul da cidade paulistana

Autores

  • Denis Martins Universidade de São Paulo. Escola de Artes, Ciências e Humanidades

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.195333

Palavras-chave:

Necropedagogia, Necropolítica, Racismo, Periferia, Zona sul

Resumo

Este artigo apresenta alguns dados e reflexões referentes ao genocídio da população negra dentro da cidade de São Paulo, com o foco nos territórios periféricos do Jardim Ângela, Jardim São Luís e Capão Redondo. Neste texto é demonstrado como este extermínio ocorre de forma sistemática e organizada pelas forças do capital vigente, uma diretiva política de Estado que produz “mundos de mortes”, uma autêntica necropolítica. Nesses distritos, também conhecidos como “Triângulo da morte” uma das ferramentas do processo necropolítico de organização das relações e do espaço é o projeto educacional aplicados nas escolas públicas dessa região. Com os índices educacionais abaixo do esperado, esses ambientes escolares tendem a reproduzir as violências estruturais e sociais e atuar como um dispositivo político e uma ferramenta eficaz que contribui para a morte física, política e simbólica, uma pedagogia da morte, uma necropedagogia. 

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Biografia do Autor

  • Denis Martins, Universidade de São Paulo. Escola de Artes, Ciências e Humanidades

    Mestre em Ciência das humanidades pela EACH – USP. Doutorando em Ciência das humanidades pela
    EACH – USP.

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Publicado

2022-05-31

Como Citar

Martins, D. . (2022). Necropedagogia: a face negra do projeto educacional no extremo Sul da cidade paulistana. Revista Extraprensa, 15(Especial), 341-358. https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.195333