Necropedagogia: a face negra do projeto educacional no extremo Sul da cidade paulistana
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.195333Palavras-chave:
Necropedagogia, Necropolítica, Racismo, Periferia, Zona sulResumo
Este artigo apresenta alguns dados e reflexões referentes ao genocídio da população negra dentro da cidade de São Paulo, com o foco nos territórios periféricos do Jardim Ângela, Jardim São Luís e Capão Redondo. Neste texto é demonstrado como este extermínio ocorre de forma sistemática e organizada pelas forças do capital vigente, uma diretiva política de Estado que produz “mundos de mortes”, uma autêntica necropolítica. Nesses distritos, também conhecidos como “Triângulo da morte” uma das ferramentas do processo necropolítico de organização das relações e do espaço é o projeto educacional aplicados nas escolas públicas dessa região. Com os índices educacionais abaixo do esperado, esses ambientes escolares tendem a reproduzir as violências estruturais e sociais e atuar como um dispositivo político e uma ferramenta eficaz que contribui para a morte física, política e simbólica, uma pedagogia da morte, uma necropedagogia.
Downloads
Referências
AGAMBEN, G. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. 2ª Edição. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
BETHENCOURT. F. Racismos: das cruzadas ao século XX. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2018.
CARNEIRO, S. Escritos de uma vida. Belo Horizonte: Editora Letramento, 2018.
FERNANDES, F. A integração do negro na sociedade de classes, vol.I. São Paulo: Global Editorial. 2008.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Rio de Janeiro: 34ª Edição. Editora Petrópolis: Rio de Janeiro, 2007.
GONZALEZ, L. Lugar do negro. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero, 1982.
KOWARICK, L. Escritos urbanos, Editora 34. São Paulo, 2000.
LIMA, M. Desigualdades raciais e políticas públicas: ações afirmativas no governo Lula, 2010. In: Revista Novos Estudos 87, julho de 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/nec/n87/a05n87.pdf. Acesso em setembro de 2010.
MBEMBE, A. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte, Editora n-1. Rio de Janeiro, 2018.
MELLO, J. M. C. O capitalismo tardio: contribuição à revisão crítica da formação e do desenvolvimento da economia brasileira. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
MOURA, C. Dialética radical do Brasil negro. São Paulo: Editora Anita, 1994.
MUNANGA, K. O negro de hoje. 2ª edição. São Paulo: Editora Global, 2016.
NASCIMENTO, Beatriz. Negro e racismo. In: RATTS. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Editora Imprensa oficial, 2007.
NASCIMENTO, A. O genocídio Negro no Brasil, processo de um racismo mascarado. 3º edição. São Paulo: Editora Perspectiva, 2016.
RIBEIRO. D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, Editora Global. São Paulo, 2015.
SANTOS, M. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2014a.
SANTOS, M. Metamorfose do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. 6ª edição. São Paulo: Edusp, 2014b.
SANTOS, M. Pobreza urbana. 3ª edição. São Paulo: Editora Edusp, 2013a.
SANTOS, M. Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Editora Record, 2000.
SANTOS, M. Por uma economia política da cidade: o caso de São Paulo. 2ª edição. São Paulo: Edusp, 2012.
WERNECK, J. Racismo institucional: uma abordagem conceitual, 2011. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/wp - content/uploads/2016/04/ FINAL-WEBRacismo-Institucional-uma-abordagem-conceitual.pdf. Acesso em 01 de Setembro de 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Denis Martins
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Ao submeter qualquer material científico para Extraprensa, o autor, doravante criador, aceita licenciar seu trabalho dentro das atribuições do Creative Commons, na qual seu trabalho pode ser acessado e citado por outro autor em um eventual trabalho, porém obriga a manutenção de todos os autores que compõem a obra integral, inclusive aqueles que serviram de base para o primeiro.
Toda obra aqui publicada encontra-se titulada sob as seguintes categorias da Licença Creative Commons (by/nc/nd):
- Atribuição (de todos os autores que compõem a obra);
- Uso não comercial em quaisquer hipóteses;
- Proibição de obras derivadas (o trabalho não poderá ser reescrito por terceiros. Apenas textos originais são considerados);
- Distribuição, exibição e cópia ilimitada por qualquer meio, desde que nenhum custo financeiro seja repassado.
Em nenhuma ocasião a licença de Extraprensa poderá ser revertida para outro padrão, exceto uma nova atualização do sistema Creative Commons (a partir da versão 3.0). Em caso de não concordar com esta política de Direito Autoral, o autor não poderá publicar neste espaço o seu trabalho, sob pena de o mesmo ser removido do conteúdo de Extraprensa.