Duas versões do argumento evolucionário da moralidade e seus desafios ao realismo moral

Resumo

Este artigo avalia alguns desafios colocados pelos argumentos evolutivos da moralidade na versão de Joyce e Street ao realismo moral, entendido como a teoria metaética segundo a qual existem fatos morais que são absolutos, universais e independentes de contexto. Argumenta-se que o realismo centrado na sociedade de Copp é insustentável, pois não pode sustentar contrafactuais. Os argumentos de Shafer-Landau e Huemer também estão desacreditados, porque eles não podem mostrar de forma convincente que a moralidade humana não é afetada pelas forças evolutivas. No caso do argumento de Huemer, mostra-se que a existência de progresso moral não pode ser considerada como prova da existência de fatos morais, como exige o realismo moral, porque o progresso depende do contexto e também porque, do ponto de vista evolutivo, não há padrões e ideais anteriores para os quais o progresso é direcionado. Finalmente, uma possível resposta aos argumentos evolutivos da moralidade é a possibilidade de que a natureza da linguagem humana (incluindo a linguagem moral) seja tal que, em essência, ela não possa ser convincentemente dividida em linguagem sobre fatos e linguagem sobre valores.