Democracia como forma de vida: Cultura política e eticidade democrática em Axel Honneth

Autores

  • Rúrion Melo Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i3p75-94

Palavras-chave:

Eticidade democrática, Forma de vida, Cultura Política, Teoria crítica da democracia

Resumo

O presente artigo busca analisar a ideia da democracia como forma de vida com base nos trabalhos mais recentes de Axel Honneth. Na primeira seção, eu diferencio a concepção normativa de democracia social desenvolvida por Honneth, comparando-a às versões republicana e procedimental. Em seguida, analiso de que maneira a eticidade democrática poderia ser apresentada em um maior grau de complexidade, dando atenção à efetividade da liberdade em três esferas sociais centrais: relações pessoais, interações econômicas e formação política da vontade. Trata-se aqui de atentar, sobretudo, para o modo como a cultura política democrática condensa a correlação entre as diferentes esferas sociais. Eu encerro o artigo ressaltando alguns limites da reflexão proporcionada pelo autor. De um lado, fenômenos sistemáticos de violência e dominação, que colocam de fato em risco uma democracia socialmente efetiva, estão ausentes de sua formulação; de outro, não fica claro o papel das lutas sociais para a realização diferenciada da liberdade em nossa cultura política.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Brittain, A. e Maynard, M. (1984). Sexism, Racism, and Oppression. New York: Blackwell.

Collins, P. H. (2016). Aprendendo com a outsider within: A significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, 31(1), 99-127. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100006

Collins, P. H. (2019). Pensamento feminista negro. São Paulo: Boitempo.

Davis, A. (2016). Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo.

Deranty, J- P. (2018). A teoria crítica entre Marx e Honneth. Civitas, 18(3), 630-653. DOI: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2018.3.32249

Dewey, J. (1954). The Public and its Problems. Chicago: The University of Chicago Press.

Forst, R. (2010). Contextos da justiça. São Paulo: Boitempo.

Habermas, J. (2018). “Três modelos normativos de democracia”. In: Habermas, J. A inclusão do outro. São Paulo: UNESP.

Habermas, J. (2020). Facticidade e validade. São Paulo: UNESP.

Honneth, A. (1986). Kritik der Macht. Frankfurt am Main: Suhrkamp.

Honneth, A. (2000a). “Pathologien des Sozialen: Tradition und Aktualität der Sozialphilosophie”. In: Honneth, A. Das Andere der Gerechtigkeit. Frankfurt am Main: Suhrkamp.

Honneth, A. (2000b). “Demokratie als reflexive Kooperation: John Dewey und die Demokratietheorie der Gegenwart”. In: Honneth, A. Das Andere der Gerechtigkeit. Frankfurt am Main: Suhrkamp.

Honneth, A. (2003). Luta por reconhecimento: A gramática modal dos conflitos sociais. São Paulo: Ed. 34.

Honneth, A. (2007). Sofrimento de indeterminação: Uma reatualização da filosofia do direito de Hegel. São Paulo: Esfera Pública.

Honneth, A. (2011). Das Recht der Freiheit. Berlim: Suhrkamp.

Honneth, A. (2014). Barbarizações do conflito social. Civitas, 14(1), 154-176. DOI: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2014.1.16941

Honneth, A. (2015). Die Idee des Sozialismus. Berlim: Suhrkamp.

Honneth, A. (2018). Reificação: Um estudo de teoria do reconhecimento. São Paulo: UNESP.

Honneth, A. (2020). Die Armut unserer Freiheit. Frankfurt am Main: Suhrkamp.

Jaeggi, R. (2014). Kritik von Lebensformen. Berlin: Suhrkamp.

Kilomba, G. (2019). Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó.

Melo, R. (2014). Da teoria à práxis? Axel Honneth e as lutas por reconhecimento na teoria política contemporânea. Revista brasileira de ciência política, 15, 17-36. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-335220141502

Melo, R. (2017a). A soberania popular revisitada: Autogoverno como modo de vida. Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade. 22(3), 57-68. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v22i3p57-68

Melo, R. (2017b). “Esfera pública e cultura política: Hipóteses de investigação sobre as novas mobilizações sociais no Brasil”. In: Werle, D. L. et. al. (orgs.). Justiça, teoria crítica e democracia. Florianópolis: Nefipo Online.

Melo, R. (2018). Dimensões políticas do reconhecimento e seus limites. Dissonância, 2, 112-148.

Nobre, M. (2013). “Reconstrução em dois níveis: Um aspecto do modelo crítico de Axel Honneth”. In: Melo, R. (org.). A teoria crítica de Axel Honneth: Reconhecimento, liberdade e justiça.

Pinsdorf, C. (2016). Lebensformen und Anerkennungsverhältnisse. Berlin: Walter de Gruyter.

Silva, F. G. (2013). “Um ponto cego no pensamento político? Teoria crítica e a democratização da intimidade”. In: Melo, R. (org.). A teoria crítica de Axel Honneth: Reconhecimento, liberdade e justiça.

Teixeira, M. O. N. (2016). Patologias sociais, sofrimento e resistência: Reconstrução da negatividade latente na teoria crítica de Axel Honneth. Tese de doutorado. Unicamp.

Wellmer, A. (1993). “Bedingungen einer demokratischer Kultur. Zur Debatte zwischen ‘Liberalen’ und ‘Kommunitaristen’”. In: Wellmer, A. Endspiele: Die unversöhnliche Moderne. Frankfurt am Main: Suhrkamp.

Downloads

Publicado

2020-12-23

Edição

Seção

Artigos - Dossiê Axel Honneth

Como Citar

Democracia como forma de vida: Cultura política e eticidade democrática em Axel Honneth: . (2020). Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 25(3), 75-94. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i3p75-94