Competência morfológica e gênese histórica

limites entre diacronia e sincronia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v20i1p61-76

Palavras-chave:

Morfologia, Linguística diacrônica, Gênese histórica, Léxico do português

Resumo

O presente trabalho advoga em favor de uma releitura de algumas operações morfológicas do português ancorando-se em uma abordagem sincrônica, mas levando em conta alguns aspectos da gênese histórica das palavras (ou seja, diacrônicos) sob a forma de um traço de categoria [±erudito]. Para tanto, este trabalho discute características epistemológicas e metodológicas das linguísticas sincrônica e diacrônica com vistas a tornar essa interface possível. Em seguida, este artigo tece considerações a respeito do papel do latim na composição do léxico português tanto como língua-mãe quanto como língua de adstrato permanente. Finalmente, este trabalho analise o comportamento morfológico dos sufixos -al, -ar e -(i)dade com o intuito de demonstrar a aplicabilidade da análise defendida. Em suma, o presente artigo defende que, ao conceber que a formação de palavras está sensível a aspectos da gênese histórica do léxico, é possível fornecer explicações de uma maneira mais elegante e sistemática para uma série de fenômeno tratados como idiossincráticos.      

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Maurício Sartori Resende, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

    Bacharel em Linguística e licenciado em Letras Português pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em Linguística pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), atualmente é aluno do Programa de Doutorado em Linguística da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Tem experiência no ensino de português como segunda língua e no ensino de latim; além disso, tem interesse por teoria e análise linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: processos de nominalização, aspecto, verbos modais, linguística histórica.

Referências

Brinton LJ. The Aktionsart of deverbal nouns in English. In: Bertinetto PM; Bianchi, V; Higginbotham J; Squartini M, editores. Temporal reference, aspect and acionality. Tormo: Rosenberg & Sellier; 1995. p. 27-45.

Câmara Jr JM. Problemas de linguística descritiva. Petrópolis: Vozes; 1970.

________. História e estrutura da língua portuguesa. 2a ed. Rio de Janeiro: Padrão; 1976.

Cunha AG. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4a ed. Rio de Janeiro: Lexicon; 2010.

Gonçalves CA. Morfologia construcional: uma introdução. São Paulo: Contexto; 2016.

Kato MA. A gramática nuclear e a língua-i do brasileiro. In: Martins MA, organizador. Gramática e ensino. Natal: EDUFRN; 2013.

Mattos-e-Silva RV. O português arcaico: fonologia, morfologia e sintaxe. São Paulo: Contexto, 2006.

Neves MH de M. A gramática funcional. São Paulo: Martins Fontes; 1997.

Rio-Torto MG. Desafios em Morfologia: história e (re)conhecimento. In: Viaro ME, organizador. Morfologia histórica. São Paulo: Cortez; 2014. p. 31-57.

Rocha LCA. Estruturas morfológicas do português. São Paulo: Martins Fontes; 1998.

Said Ali M. Gramática histórica da língua portuguesa. 8a ed. Brasília: Editora da UnB; 2001[1921].

Teyssier P. História da língua portuguesa. São Paulo: Martins Fontes; 1997.

Viaro M. Linguística da comunicação e linguística descritiva: os eixos sincrônico e diacrônico nos atuais modelos de morfologia. Estudos Linguísticos. 2012; 41(1):277-290.

Williams EB. Do latim ao português: fonologia e morfologia históricas da língua portuguesa. 3a ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; 1961.

Downloads

Publicado

2018-03-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Resende, M. S. (2018). Competência morfológica e gênese histórica: limites entre diacronia e sincronia. Filologia E Linguística Portuguesa, 20(1), 61-76. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v20i1p61-76