Estimulação elétrica transcutânea diafragmática pela corrente russa em portadores de DPOC
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/14854823042016Palavras-chave:
Diafragma, Estimulação Elétrica, Terapia RespiratóriaResumo
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ocasiona prejuízos na mecânica pulmonar, interferindo na atuação, mobilidade e conformidade do diafragma. A estimulação elétrica diafragmática tradicional é capaz de gerar benefícios ao pneumopata; poderia a corrente russa ser outra opção? Objetivou-se identificar as alterações após estimulação diafragmática elétrica transcutânea pela corrente russa em indivíduos portadores de DPOC. Trata-se de estudo prospectivo, quase experimental, com os seguintes critérios de inclusão: estabilidade medicamentosa, cessação tabágica, DPOC grau III e IV e manutenção do estilo de vida. Foram avaliadas medidas antropométricas, respiratórias e funcionais. A estimulação diafragmática se deu pelo Endophasys R ET 9701 por quatro meses, duas vezes por semana, com 30 sessões. O tempo de terapia e frequência para cada sessão foram: 18 min. (20 a 30 Hz) e 12 min. (70 a 100 Hz), respectivamente. Para análise dos dados foi aplicado teste “t” de Student (p<0,05). Participaram do tratamento 13 DPOC, sendo 11 (84,6%) do sexo masculino, todos brancos com idade de 68,46±11,11 anos e carga tabágica de 74,03±56,2 maços-ano. Ao final da intervenção houve mudanças no: volume minuto de 14,47±4,72 para 13,03±4,00 L/min.; índice BODE de 3,92±2,10 para 3,23±1,87; e distância no teste de caminhada de 6 minutos (TC6) de 336±76,36 para 402,76±51,29 m. Concluiu-se que a estimulação elétrica diafragmática por meio da corrente russa promove benefícios significativos ao portador de DPOC, proporcionando melhora respiratória e funcional.Downloads
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