Atuação fisioterapêutica na reabilitação pós-COVID-19: conhecimento e experiência de fisioterapeutas
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/e23009724ptPalavras-chave:
Síndrome Pós-COVID-19 Aguda, Fisioterapia, ReabilitaçãoResumo
Após a fase aguda da COVID-19, muitos
pacientes apresentam persistência de sintomas ou
desenvolvem sequelas, o que os leva a procurar serviços
de reabilitação fisioterapêutica. Sendo assim, o objetivo
deste estudo foi investigar o conhecimento e a experiência
de fisioterapeutas sobre a avaliação e tratamento
de pacientes pós-COVID-19. O estudo observacional
transversal foi realizado com 73 profissionais, por meio
de um questionário online sobre formação acadêmica,
áreas de atuação, conhecimento sobre a COVID-19 e
experiência sobre recursos de avaliação e tratamento
na reabilitação pós-COVID-19, além de barreiras para o
atendimento desses pacientes no ambiente ambulatorial.
A maioria dos fisioterapeutas já tinham ouvido falar
da síndrome pós-COVID-19, no entanto, apenas 44%
se sentiam suficientemente informados sobre a
reabilitação pós-COVID-19. Houve uma discrepância
entre o grau de importância e experiência e a frequência
da utilização dos recursos de avaliação, principalmente
o uso de instrumentos específicos de avaliação para
Atuação fisioterapêutica na reabilitação
pós-COVID-19: conhecimento e experiência
de fisioterapeutas
Physical therapy performance in post-COVID-19 rehabilitation: knowledge and experience
of physiotherapists
Actuación de la fisioterapia en la rehabilitación post-COVID-19: conocimientos y experiencia
de los fisioterapeutas
Ana Paula Santana de Oliveira¹
, Sthefani de Souza Contelli2
, Thifani Pessoa Sanches3
,
Leandra Navarro Benatti4, Iara Buriola Trevisan5
força muscular esquelética, mobilidade e função
respiratória, além de escalas e questionários para avaliar
incapacidades, qualidade de vida e qualidade do sono.
Em contrapartida, a maioria relatou a importância deste
tratamento, alegando ter grau de experiência suficiente
para tratar os pacientes pós-COVID-19 com a utilização
de recursos baratos e acessíveis. Dessa forma, menos da
metade dos profissionais realiza técnicas vinculadas ao
treinamento muscular respiratório e/ou equipamentos
mais sofisticados. Concluímos, então, que a maioria dos
fisioterapeutas reconhece a importância do tratamento
de pacientes pós-COVID-19 e relata uma experiência
suficiente para avaliá-los e tratá-los, entretanto, há uma
discrepância entre o processo de avaliação no contexto
biopsicossocial do paciente e o processo de tratamento
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