Assistência fisioterapêutica a indivíduos com Acidente Vascular Encefálico residentes na comunidade na atenção básica no Brasil: um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/e23014824ptPalavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral, Fisioterapia, Saúde pública, Atenção primária à saúdeResumo
Após a alta hospitalar, recomenda-se que
pacientes pós-AVC sejam acompanhados por um
fisioterapeuta durante toda a recuperação. Apesar das
recomendações clínicas, poucos estudos investigaram os
cuidados fisioterapêuticos a indivíduos pós-AVC residindo
na comunidade. O estudo objetivou descrever os cuidados
fisioterapêuticos prestados a indivíduos que sofreram
AVC residentes na comunidade em contexto de atenção
primária e identificar as características clínico-funcionais
e sociodemográficas que determinam a assistência de
fisioterapia. Este é um estudo transversal exploratório. Foram
incluídos pacientes pós-AVC, residentes na comunidade
e que foram atendidos pela equipe multidisciplinar de
quatro unidades de atenção primária à saúde de uma
importante metrópole brasileira. Os prontuários foram
analisados para identificar os cuidados prestados pelos
fisioterapeutas. Os indivíduos que receberam e não
receberam cuidados fisioterapêuticos foram comparados
(α=0,05). Dos 100 indivíduos incluídos, 55% receberam
assistência de profissionais da equipe multidisciplinar e
44% foram atendidos por fisioterapeutas. As abordagens
de fisioterapia consistiram principalmente em instruções
(89%) e avaliações (75%). Apenas 45% dos indivíduos que
receberam cuidados fisioterapêuticos foram acompanhados,
e aqueles que receberam esses cuidados apresentaram
um número significativamente maior de eventos de AVC e
níveis mais altos de incapacidade (p<0,001). Observou-se
que muitas pessoas com diferentes níveis de incapacidade
não receberam assistência fisioterapêutica. Além disso,
o acompanhamento e os encaminhamentos não foram
frequentes nas práticas fisioterapêuticas. Portanto, os
cuidados fisioterapêuticos na atenção primária precisam
ser ampliados para garantir que todos os indivíduos com
algum nível de incapacidade recebam tratamento. Ademais,
é preciso aumentar o número de indivíduos que recebem
acompanhamento e incentivar o trabalho multidisciplinar
entre fisioterapeutas e outros profissionais da área de saúde
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