A permanência do dormitório da empregada nos apartamentos: estudo comparativo nas décadas de 1960 a 1990 em Maceió/AL
DOI:
https://doi.org/10.11606/gtp.v13i3.145099Palavras-chave:
Dependência de empregada, edifício multifamiliar, dormitório reversível, tipologias de apartamentos.Resumo
Morar nas cidades grandes representou uma transição lenta dos edifícios unifamiliares aos multifamiliares. As plantas iniciais dos apartamentos reproduziram a tripartição funcional da casa burguesa urbana e mantiveram a dependência completa de empregada, com acesso distinto pelo setor de serviço. A presença da empregada doméstica nas residências brasileiras constitui um fator cultural, sobretudo nas famílias nordestinas das classes média e alta. O objetivo do presente artigo é traçar uma trajetória da dependência de empregada nos edifícios de apartamentos construídos na cidade de Maceió, Estado de Alagoas, Brasil, nas décadas de 1960 a 1990. Utilizou-se como banco de dados pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudos em Projeto de Arquitetura (gEPA) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas, que reúne 228 edifícios multifamiliares verticais de diversas tipologias. Observou-se que, nas décadas de 1960 e 1970, todos os apartamentos possuíam dependência de empregada, até mesmo os da tipologia de 02 dormitórios. Apenas na década de 1980, surgiram os apartamentos com o terceiro dormitório reversível, com indícios de flexibilização nas plantas. Na década de 1990, a dependência de empregada permanece somente nas tipologias de apartamentos de 3 e 4 dormitórios. Conclui-se que a presença da dependência de empregada prevaleceu sobre a oferta de apartamentos produzidos nas quatro décadas analisadas, sobretudo nas tipologias de 3 e 4 dormitórios; e que as mudanças anunciadas pela legislação trabalhista de 1988 não alteraram de maneira significativa os hábitos de morar das famílias alagoanas de renda mais elevada.
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