Tecnologias assistivas destinadas à orientação espacial, identificação de obstáculos e guiamento de pessoas com deficiência visual
DOI:
https://doi.org/10.11606/gtp.v15i2.161697Palavras-chave:
Tecnologia Assistiva, Orientação Espacial, AcessibilidadeResumo
Estima-se que 1,3 bilhão de pessoas no mundo vivem com algum tipo de deficiência visual, o qual interfere diretamente na percepção espacial do ambiente. Esta impacta na orientação espacial e na autonomia do indivíduo, condicionando as formas de deslocamento. Tendo em vista o número de pessoas com deficiência visual e a falta de implementação de Tecnologias Assistivas (TA)de forma massificada, pode-se afirmar, que há uma considerável quantidade de indivíduos com dificuldades de orientação espacial, e consequente comprometimento de locomoção no percurso almejado, devido a obstáculos impostos pela sociedade. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi analisar as ferramentas existentes, as chamadas tecnologias assistivas, que auxiliam na orientação espacial, assim como na identificação de obstáculos e no guiamento no caminho desejado, tanto em áreas internas, como em áreas externas às edificações. A metodologia seguiu as orientações dos itens de Relatório Preferidos para Revisões Sistemáticas e Meta-Análises (PRISMA) utilizando palavras-chave em concordância com o descritor booleano “AND”, como: blind; wayfinding; accessibility; visual impairment e assistive technology. Inicialmente foram encontrados 1938 artigos, porém com a aplicação dos filtros restaram 34 artigos para leitura completa. Após a leitura completa, 20 artigos foram incluídos para análise detalhada. Verificou-se que existem quatro tipos de TA sendo continuamente investigadas e aprimoradas: aplicativos, mapa tátil, piso tátil e cinto vibro tátil. Dessas, 75% das tecnologias se concentram em aplicativos voltados para orientação espacial, tendo como resposta a orientação espacial e/ou a redução considerável do percurso traçado, e consequentemente, no tempo estimado. Por fim, foi possível inferir que os aplicativos são as TA mais utilizadas atualmente, contudo, a ausência de uma tecnologia que funcione, simultaneamente, em ambientes internos e externos é um fato que ainda causa limitações para a autonomia nos deslocamentos das Pessoas com Deficiência (PcD) visual.
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