A influência dos atributos arquitetônicos na tomada de decisão em situações de emergência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/gtp.v20i1.230082

Palavras-chave:

Arquitetura, percepção ambiental, realidade virtual, Biofeedback

Resumo

Existem várias lacunas relacionadas à necessidade de evacuação em casos de emergência. A dificuldade em prever o comportamento humano e a desorientação dos ocupantes do edifício são os principais fatores. Daí a relevância de compreender melhor as percepções que cada indivíduo pode ter e sua relação com a arquitetura do local em um momento de emergência e, consequentemente, o seu comportamento. Diante desse contexto, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a influência dos atributos arquitetônicos na tomada de decisão em situações de emergência, a partir do ponto de vista do indivíduo. Os atributos analisados foram as sinalizações de emergência, o dimensionamentos, a espacialidade, a altura do pé-direito, a luminosidade e as cores. Para a realização do estudo, foi adotada uma pesquisa exploratória, qualitativa e hipotético-dedutiva. A coleta de dados foi realizada com o uso de Realidade Virtual (VR), equipamentos de Biofeedback para avaliar a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e entrevistas semiestruturadas. Na análise dos dados, determinou-se o nível de consciência (NC) e a visualização dos atributos arquitetônicos (VAA). Dessa forma, foi possível cruzar os dados, verificando a relação entre o estresse detectado, a consciência no momento da tomada de decisão e a percepção dos atributos. Na triangulação dos dados (VFC x NC x VAA), os índices mostraram-se próximos nas tomadas de decisão com referência à importância dos atributos arquitetônicos para os participantes. Por meio da amostragem, constatou-se que há uma tendência de os indivíduos tomarem decisões conforme as variáveis arquitetônicas que se apresentam ao longo da planta.

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Biografia do Autor

  • Douglas de Castro Brombilla, Instituto Federal de Educação. Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

    Possui Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Católica de Pelotas (2000), Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho (2003) e Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (2014). Está em Doutoramento junto ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina. Concluiu, em 2004, o Programa Especial de Formação Pedagógica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas. Atualmente é professor na área de Segurança do Trabalho e Arquitetura e Urbanismo no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Rio Grande.

  • João Carlos Souza, Universidade Federal de Santa Catarina

    Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (1980), com mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (1992) e com doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina atuando no Departamento de Arquitetura e Urbanismo, no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e no Programa de Pós-Graduação em Planejamento de Transportes e Gestão Territorial. Tem experiência nas áreas de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em sistemas construtivos, cálculo estrutural, tecnologia de arquitetura e urbanismo e planejamento de transportes. Atua, principalmente, nas seguintes linhas de pesquisa: tecnologia da construção, planejamento urbano, logística, logística humanitária, logística industrial, prevenção contra incêndio e sistemas emergenciais. Já publicou 43 artigos em periódicos, um livro, 21 capítulos de livros e 120 artigos em anais de eventos. Orientou 9 teses de doutorado e 70 dissertações de mestrado.

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Publicado

05-09-2025

Como Citar

BROMBILLA, Douglas de Castro; SOUZA, João Carlos. A influência dos atributos arquitetônicos na tomada de decisão em situações de emergência. Gestão & Tecnologia de Projetos, São Carlos, v. 20, n. 1, p. 49–77, 2025. DOI: 10.11606/gtp.v20i1.230082. Disponível em: https://revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/view/230082.. Acesso em: 7 nov. 2025.