Smartphones e a multiplicidade colaborativa de ‘cinemas imperfeitos’: experiências de produção e circulação de mídias indígenas durante a pandemia de Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2024.215440Palavras-chave:
Cinema, COVID-19, Colaboração, Povos indígenas, SmartphonesResumo
O artigo-fílmico discute a produção e circulação de mídias indígenas com smartphone durante a pandemia de COVID-19, objeto indispensável para elaboração e divulgação dos resultados. Ele é baseado na experiência e relatos de colaboração entre técnico audiovisual não-indígena com indígenas Nambikuara, Tikuna e Xavante para elaborar três curtas-metragens tematicamente relacionados com a agrobiodiversidade durante evento intitulado Mutirão Vivo Online. O conceito de ‘cinemas imperfeitos’ é instrumentalizado para refletir como smartphones, na sua praticidade e imediatismo em produzir e consumir materiais audiovisuais, promovem formas de soberania midiática em cinemas indígenas. Múltiplas formas de colaborações são descritas a partir de como smartphones são performados, tais como alto-falantes para decisões comunitárias, filmadoras camufladas, sistemas de arquivamento e/ou de transferência audiovisual, telas para visualização de filmes, dentre outras. Argumenta-se que, a partir das adaptações colaborativas das formas de se performar o smartphone, mundos compartilhados são criados e tornados visíveis feito os próprios
resultados fílmicos.
Downloads
Referências
Carta, Silvio. 2015. “Visual and Experiential Knowledge in Observational Cinema”, Anthrovision [Online], 3(1), DOI: https://doi.org/10.4000/anthrovision.1480
Cesarino, Pedro de Niemeyer. 2016. “Doubles and Owners: Relations of Knowledge, Property and Authorship among the Marubo”, in Ownership and Nurture: Studies in Native Amazonian Property Relations, eds. Marc Brightman, Carlos Fausto and Vanessa Grotti, New York: Bergham Books, p. 186-208
Córdova, Amalia. 2011. “Estéticas enraizadas: aproximaciones al vídeo indígena em América Latina”, Comunicación y Medios, 24, p. 81-107
Espinosa, Julio García. 2019. For an Imperfect Cinema. The Cuba Reader, p.414–21. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctv11smxrz.90.
Fausto, Carlos. 1999. “Of Enemies and Pets: Warefare and Shamanism in Amazonia”, American Ethnologist, 26, p. 933-956
______ 2016. “How Much for a Song? The Culture of Calculation and the Calculation of Culture”, in Ownership and Nurture: Studies in Native Amazonian Property Relations, eds. Marc Brightman, Carlos Fausto and Vanessa Grotti, New York: Bergham Books, p.134-155
Frey, Aline and Brito, Thaís. 2020. “Indigenous Cinema in Expansion: Challenges and Promises of an Intercultural Relationship”, Canadian Journal of Film Studies, v.29 (1), p. 163-182
Gallois, Dominique e Carelli, Vincent. 1988. “Índios Eletrônicos: Uma rede indígena de comunicação”, Sexta-Feira: antropologia, arte e humanidades, 2 (‘Festas’), p. 27-31
Ginsburg, Faye. 1994. “Embedded Aesthetics: creating a discursive space for indigenous media”. Cultural Anthropology, 6(1): p.92-112
______ 2016. “Indigenous Media from U-matic to YouTube: media sovereignty in the digital age”. Sociol. Anthropol., 6(3): p. 581-599
Iș ıkman, Nihan. 2018. “A Milestone in Film History: Smartphone Filmmaking”, International Journal of Culture and History, V.4(4), p. 97-101, DOI: http://doi.org/10.18178/ijch.2018.4.4.129
Laet, Marianne de & Mol, Annemarie. 2000. “The Zimbabwe Bush Pump: Mechanics of a Fluid Technology”, Social Studies of Science, 30(2)
Law, John. 2019. “Material Semiotic”. Heterogeneities.com: John Law’s STS web page. Available at www.heterogeneities.net/publications/Law2019MaterialSemiotics.pdf, last accessed on: 18 marc. 2024
Leite, Carolline de Souza. 2022. “Do Vídeo nas Aldeias aos TikTokers indígenas: perspectivas decoloniais de produção de imagens através do vídeo e dos smartphones”, Concinnitas, 22(44), DOI: https://doi.org/10.12957/concinnitas.2022.69584
Mol, Annemarie. 2002. The Body Multiple: Ontology in Medical Practice. London: Duke University Press.
Núñez, Fabián. 2012. “Afinal, o que é ‘cine imperfecto’? Uma analise das ideias de García Espinosa”. Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, 1(1), p. 172-194
Peres, João. Hermanson, Marcos & Merlino, Tatiana. 2023. O Parceiro do Rio das Mortes. O Joio e o Trigo. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2023/04/os-parceiros-do--rio-das-mortes/ Acesso em: 14. Ago. 2023
Palamim, Camila., Ortega, Manoela & Marson, Fernando. 2020. “COVID-19 in the Indigenous Population of Brazil”. J. Racial and Ethnic Health Disparities 7, p.1053–1058. DOI: https://doi.org/10.1007/s40615-020-00885-6
Postma, Metje. 2022. “Observational Cinema as process, skill and method”, in Audiovisual and Digital Ethnography: A Practical and Theoretical Guide, ed. Cristina Grasseni et al, Routledge: Oxson, p.114-142
Rouch, Jean. 1995. “The Camera and Man”, in Principles of Visual Anthropology, 2nd ed., ed. Paul Hockings, Mouton de Gruyter: Berlin, p. 79-98
Sautchuk, Carlos Emanuel. 2019. “The Pirarucu Net: Artefact, Animism and the Technical Object.” Journal of Material Culture 24 (2): 176–93. DOI: https://doi.org/10.1177/1359183518804268
Serber, Luiza. 2020. “Circulando imagens e tecendo redes no Território Indígena do Xingu”, Maloca, Revista de Estudos Indígenas v.3, p.1-19.
Simondon, Gilbert. 2009. “The Position of the Problem of Ontogenesis”, translated by Gregory Flanders, Parrhesia, n.7, p.4-16
Viveiros de Castro, Eduardo. 2004. “Perspectival Anthropology and the Method of Controlled Equivocation”, Tipití, v.2 (1), p. 3-22
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Markus S. Enk, Milton Nambikuara, Myrian Vasquez Tikuna, Newi Top'Tiro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution BY-NC-ND que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista para fins não comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Dados de financiamento
-
Fonds De La Recherche Scientifique - FNRS
Números do Financiamento 40015323
