Por uma gramatologia da festa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2024.218043Palavras-chave:
Gramatologia, Festa, Experiência, ExpertiseResumo
Este texto apresenta para discussão uma proposta embrionária, de uma gramatologia da festa, fruto de um ciclo de trabalho, que vem ocorrendo desde 2009, quando comecei – de modo sistemático, contínuo e articulado – a desenvolver projetos na tripla articulação entre festa, religião e cidade, tendo como foco privilegiado as procissões da Semana Santa, particularmente a procissão dos Passos, tematizando as variadas possibilidades empíricas e conceituais de suas modulações, de suas interfaces, e de suas articulações, desde uma visada comparativa Brasil-Portugal e que compõe projeto em curso – Festa, religião e cidade: interfaces e modulações luso-brasileiras III: experiência e expertise, fechamento de uma década de estudos – dotado de bolsa de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Tomando como ponto de partida, a experiência e a expertise adquiridos, quero propor a possibilidade de uma gramatologia da festa, ancorada na perspectiva derridiana (Derrida 1973), assentada em três planos/níveis modulados/articulados entre si: experiência da escritura na escritura da experiência, passos de pesquisa e passos de procissão e fazer corpo na duração do fazer corpo.
Downloads
Referências
Affergan, Francis. 1987. Exotisme et altérité: essai sur les fondements d’une critique de l’anthropologie. Paris: Puf.
Agamben, Giorgio. 2007. Profanações. São Paulo: Boitempo.
Bastide, Roger. 1996. Conclusão de um debate recente: “o pensamento obscuro e confuso”. Tempo Brasileiro, n. 25.
Clemente, Manuel. A festa do “Corpo de Deus” no passado nacional e torriense. Silva, Carlos Guardado (coord.). História das festas. Lisboa: Edições Colibri/Câmara Municipal de Torres Vedras/Universidade de Lisboa, 2006.
Clifford, James. 1998. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Costa, António Firmino da. 1985. Espaços urbanos e espaços rurais: um xadrez em dois tabuleiros. Análise Social, vol. XXI.
Derrida, Jacques. 1973. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva.
Dumont, Louis. 1983. Essais sur l’individualisme: une perspective anthropologique de l’idéologie moderne. Paris: Seuil.
Geertz, Clifford. 2002. Obras e vidas: o antropólogo como autor. Rio de Janeiro: Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Gomes, Rafael Barros; Martins, Marcos da Costa; Perez, Léa Freitas Perez. 2014. Duas memórias e um esquecimento: à guisa de introdução. Perez, Léa Freitas; Martins; Marcos da Costa; Gomes, Rafael Barros (org.). Variações obre o Reinado: um rosário de experiências em louvor a Maria. Porto Alegre: Medianiz.
Leiris, Michel. 1979. Le sacré dans la vie quotidienne. Hollier, Denis. Le Collège de Sociologie (1937-1939). Paris: Gallimard.
Leiris, Michel. 2007. A África fantasma. São Paulo: Cosac Naify.
Lisboa de Santo António. 1996. Lisboa: Icep/Ipm.
Otto, Rudolf. 2005. O sagrado. Lisboa: Edições 70.
Paz, Octávio. 2005. O desconhecido de si mesmo: Fernando Pessoa. Pessoa: pensamento vivo. São Paulo: Martin Claret.
Perez, Léa Freitas. 2010. Passos de uma pesquisa nos passos das procissões lisboetas. Cies e-working paper, vol. 101/2010. http://www.cies.iscte.pt/wp.jsp
Perez, Léa Freitas; Amaral, Leila; Mesquita, Wania, 2012. Festa como perspectiva e em perspectiva. Rio de Janeiro: Garamond.
Perez, Léa Freitas. 2011. Festa, religião e cidade: corpo e alma do Brasil. Porto Alegre: Medianiz.
Perez, Léa Freitas. 2013: Fazer corpo na duração do fazer corpo. Revista de Ciências Sociais, v. 44, n.2.
Perez, Léa Freitas. 2014. Retrospectiva em perspectiva de uma trajetória e de uma carreira: um calendário. Memorial apresentado à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG como requisito parcial para progressão à classe de professor titular, conforme Resolução complementar n. 04/2014, de 09 de setembro de 2014 do Conselho Universitário da UFMG.
Perez, Léa Freitas. 2016. Viagens textuais: da escritura da experiência na experiência da escritura. Porto Alegre: Medianiz.
Perez, Léa Freitas. 2021. Festa, religião e cidade: experiência e expertise, em homenagem, e com imensa gratidão, à dona Beatriz. Góis Dantas, Menezes, Eufrázia Cristina; Dantas, Sílvia Góis (org.) Os caminhos da pesquisa antropológica: homenagem a Beatriz . Aracaju: Criação Editora.
Pires, Flávia. 2011. Quem tem medo de mal-assombro?: religião e infância no semiárido nordestino. Rio de Janeiro: E-papers/João Pessoa: Universidade Federal de Paraíba.
Reinhardt, Bruno Mafra; Perez, Léa Freitas Perez. 2016. Claude Lévi-Stauss, Jacques Derrida e a “Lição de escritura”. Perez, Léa Freitas. Viagens textuais: da escritura da experiência na experiência da escritura Porto Alegre: Medianiz.
Varzim, Abel. 2002. Procissão dos Passos: uma vivência no Bairro Alto. Póvoa de Varzim, Câmara Municipal: Multinova.
Vattimo, Gianni. 1998. Acreditar em acreditar. 1998. Lisboa: Relógio D’Água.
Velho, Otávio. 2006. Trabalhos de campo, antinomias e estradas de ferro. Aula inaugural proferida no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Léa Freitas Perez

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution BY-NC-ND que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista para fins não comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
