Gênese de Cavernas da Serra Norte, Carajás, Pará com base em estudos petrográficos e geoquímicos de Formações Ferríferas Bandadas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v19-134441Palavras-chave:
Cavernas, Jaspilito, Minério de ferro, Intemperismo, CarajásResumo
Este trabalho objetiva entender os processos responsáveis pela formação das cavernas desenvolvidas em jaspilitos, no platô de N4, em Carajás, Pará. O estudo baseou-se em análises petrográficas e geoquímicas do jaspilito buscando caracterizar a evolução mineralógica, textural e geoquímica das quatro categorias em que foi classificado, considerando seus graus de alteração intempérica: 1) jaspilito fresco (JF); 2) jaspilito pouco alterado (JPA); 3) jaspilito muito alterado (JMA); 4) minério de ferro (MN). Na transição do JF para o MN ocorre intensa lixiviação de SiO2 (de 62,51 para 0,51%) e consequente enriquecimento no teor de Fe2O3t (de 56,48 para 97,71%). O chert e o jaspe são lixiviados, acarretando a formação de microcavidades de dissolução, até a retirada completa da banda de sílica (na ordem de 50 a 60% em volume). Por outro lado, há neoformação de duas variedades de hematita, a Hm-2 e a Hm-3, além de goethita. Verificou-se que a gênese das cavernas está inicialmente relacionada a processos químicos de dissolução e lixiviação da sílica, que foi ocasionada pela percolação de fluidos de origem meteórica, canalizados pelo do bandamento do jaspilito, aliado também à inclinação das camadas, que serviram de caminhos preferenciais para essas soluções. Processos de erosão subterrânea, colapso e abatimento do material residual aceleraram o aumento dos espaços vazios no jaspilito com a consequente formação das cavernas. Interpreta-se que os processos iniciais que atuaram na formação das cavernas são os mesmos que condicionaram a formação do minério friável da mina estudada.
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