Mapeamento virtual de fraturas para análise estrutural quantitativa em análogo de reservatório carbonático
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v24-216404Palavras-chave:
Zona de alta permeabilidade, Análise estrutural quantitativa, P20, P21 e P10, Lei de potência e lei exponencial, TopologiaResumo
Os reservatórios carbonáticos representam entre 50 e 60 % das reservas mundiais de hidrocarbonetos. Diante da presença de fraturas e processos de dissolução, as rochas podem ter suas propriedades petrofísicas alteradas. No presente estudo, utilizaram-se rochas carbonáticas fraturadas e carstificadas, da Formação Jandaíra – Bacia Potiguar, como um análogo deste tipo de reservatório, e foram selecionados três afloramentos localizados no Lajedo Arapuá, em Felipe Guerra/RN, doravante designados Arapuá I, II e III. Os objetivos da pesquisa consistem em: caracterizar os atributos das fraturas mapeadas; identificar a possível influência de estruturas pré-existentes no desenvolvimento destas fraturas e discutir as implicações destes atributos nas propriedades de armazenamento e migração de fluidos dos reservatórios carbonáticos. Os objetivos foram alcançados por meio dos seguintes métodos: imageamento com Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), aquisições de linhas de varredura (scanlines) e áreas de varredura (scanareas). Os dados estruturais coletados foram processados para a obtenção dos valores de P20 (intensidade), P21 (densidade) e P10 (frequência) e, realização de estudos estatísticos e topológicos. Foi identificada uma variação nos parâmetros citados em relação aos setores do lajedo, e a proximidade da charneira da dobra Apodi, disposta paralelamente a um corredor de fraturas NE-SW. É possível verificar um aumento no grau de deformação e conectividade entre os elementos estruturais com a proximidade da zona da charneira, ocorrendo agrupamento (clusters) de fraturas associadas aos sets N-S e NW-SE. As características identificadas, associadas a estudos anteriores na região, ressaltam o expressivo controle exercido pelos elementos estruturais sobre as propriedades petrofísicas destas rochas, demonstrando a presença de uma zona de alta permeabilidade próxima à charneira e ao corredor de fraturas.
Downloads
Referências
Angelim, L. A. A. (Org.) (2006). Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte. Escala 1:500.000. Recife: CPRM/FAPERN. Disponível em: https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/10234. Acesso em: 31 maio 2024.
Araújo, R. E., La Bruna, V., Rustichelli, A., Bezerra, F. H., Xavier, M. M., Audra, P., Antonino, A. C. (2021). Structural and sedimentary discontinuities control the generation of karst dissolution cavities in a carbonate sequence, Potiguar Basin, Brazil. Marine and Petroleum Geology, 123, 104753. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2020.104753
Araújo, R. E., La Bruna, V., Rustichelli, A., Xavier, M. M., Agosta, F., Bezerra, F. H., Antonino, A. C. (2023). Pore network characteristics as a function of diagenesis: Implications for epigenic karstification in shallow-water carbonates. Marine and Petroleum Geology, 149, 106094. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2022.106094
Aydin, A. (2000). Fractures, faults, and hydrocarbon entrapment, migration and flow. Marine and Petroleum Geology, 17(7), 797-814. https://doi.org/10.1016/S0264-8172(00)00020-9
Bagni, F. L., Bezerra, F. H., Balsamo, F., Maia, R. P., Dall'Aglio, M. (2020). Karst dissolution along fracture corridors in an anticline hinge, Jandaíra Formation, Brazil: Implications for reservoir quality. Marine and Petroleum Geology, 115, 104249. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2020.104249
Bagni, F. L., Erthal, M. M., Tonietto, S. N., Maia, R. P., Bezerra, F. H., Balsamo, F., Fonseca, J. P. T. (2022). Karstified layers and caves formed by superposed epigenic dissolution along subaerial unconformities in carbonate rocks–Impact on reservoir-scale permeability. Marine and Petroleum Geology, 138, 105523. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2022.105523
Balsamo, F., Clemenzi, L., Storti, F., Solum, J., Taberner, C. (2019). Tectonic control on vein attributes and deformation intensity in fault damage zones affecting Natih platform carbonates, Jabal Qusaybah, North Oman. Journal of Structural Geology, 122, 38-57. https://doi.org/10.1016/j.jsg.2019.02.009
Bertotti, G., Graaf, S., Bisdom, K., Oskam, B., Vonhof, H. B., Bezerra, F. H., Cazarin, C. L. (2017). Fracturing and fluid‐flow during post‐rift subsidence in carbonates of the Jandaíra Formation, Potiguar Basin, NE Brazil. Basin Research, 29(6), 836-853. https://doi.org/10.1111/bre.12246
Bezerra, F. H. R., Brito Neves, B. B., Corrêa, A. C. B., Barreto, A. M. F., Suguio, K. (2008). Late Pleistocene tectonic-geomorphological development within a passive margin – The Cariatá trough, northeastern Brazil. Geomorphology 97, 555-582. https://doi.org/10.1016/j.geomorph.2007.09.008
Bezerra, F. H., Castro, D. L., Maia, R. P., Sousa, M. O., Moura-Lima, E. N., Rossetti, D. F., Nogueira, F. C. (2019). Postrift stress field inversion in the Potiguar Basin, Brazil–Implications for petroleum systems and evolution of the equatorial margin of South America. Marine and Petroleum Geology, 111, 88-104. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2019.08.001
Borghini, L., Striglio, G., Bacchiani, G., La Bruna, V., Balsamo, F., Bonini, L., Bezerra, F. H. R. (2024). Fracture analyser: a Python toolbox for the 2D analysis of fracture patterns. Italian Journal of Geosciences, 143(2), 15p. https://doi.org/10.3301/IJG.2024.16
Cazarin, C. L., Bezerra, F. H., Borghi, L., Santos, R. V., Favoreto, J., Brod, J. A., Srivastava, N. K. (2019). The conduit-seal system of hypogene karst in Neoproterozoic carbonates in northeastern Brazil. Marine and Petroleum Geology, 101, 90-107. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2018.11.046
Córdoba, V. C. (2001). A evolução da plataforma carbonática Jandaíra durante o Neocretáceo na Bacia Potiguar: análise paleoambiental, diagenética e estratigráfica. Tese (Doutorado). Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências Exatas - UNESP.
Cosgrove, J. W. (2015). The association of folds and fractures and the link between folding, fracturing and fluid flow during the evolution of a fold-thrust belt: a brief review. Geological Society Publications. (Spec. Publ.) 421, 41-68. https://doi.org/10.1144/SP421.11
Cox, D. R., Lewis, P. A. (1966). The statistical analysis of series of events. Berlim: Springer Dordrecht.
Davy, P. (1993). On the frequency‐length distribution of the San Andreas fault system. Journal of Geophysical Research: Solid Earth, 98(B7), 12141-12151. https://doi.org/10.1029/93JB00372
De Joussineau, G., Aydin, A. (2007). The evolution of the damage zone with fault growth in sandstone and its multiscale characteristics. Journal of Geophysical Research: Solid Earth, 112(B12). https://doi.org/10.1029/2006JB004711
Dershowitz, W. S., Herda, H. H. (1992). Interpretation of fracture spacing and intensity. In ARMA US Rock Mechanics/Geomechanics Symposium (pp. ARMA-92). ARMA.
Dimmen, V., Rotevatn, A., Peacock, D. C., Nixon, C. W., Nærland, K. (2017). Quantifying structural controls on fluid flow: Insights from carbonate-hosted fault damage zones on the Maltese Islands. Journal of Structural Geology, 101, 43-57. https://doi.org/10.1016/j.jsg.2017.05.012
Françolin, J. B. L., Szatmari, P. (1987). Mecanismo de rifteamento da porção oriental da margem norte brasileira. Revista Brasileira de Geociências, 17(2), 196-207. Disponível em: http://bjg.siteoficial.ws/1987/n2/francolin.pdf. Acesso em: 31 maio 2024.
Furtado, C. P., Medeiros, W. E., Borges, S. V., Lopes, J. A., Bezerra, F. H., Lima-Filho, F. P., Teixeira, W. L. (2022). The influence of subseismic-scale fracture interconnectivity on fluid flow in fracture corridors of the Brejões carbonate karst system, Brazil. Marine and Petroleum Geology, 141, 105689. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2022.105689
Gholipour, A. M., Cosgrove, J. W., Ala, M. (2016). New theoretical model for predicting and modelling fractures in folded fractured reservoirs. Petroleum Geoscience, 22(3), 257-280. https://doi.org/10.1144/petgeo2013-055
Giuffrida, A., La Bruna, V., Castelluccio, P., Panza, E., Rustichelli, A., Tondi, E., Agosta, F. (2019). Fracture simulation parameters of fractured reservoirs: Analogy with outcropping carbonates of the Inner Apulian Platform, Southern Italy. Journal of Structural Geology, 123, 18-41. https://doi.org/10.1016/j.jsg.2019.02.007
La Bruna, V., Bezerra, F. H., Souza, V. H., Maia, R. P., Auler, A. S., Araujo, R. E., Sousa, M. O. (2021). High-permeability zones in folded and faulted silicified carbonate rocks–Implications for karstified carbonate reservoirs. Marine and Petroleum Geology, 128, 105046. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2021.105046
Lima Neto, F. F. (1994). Geologia da Bacia Potiguar e de suas Acumulações de Petróleo. PETROBRAS/DEBAR. (Relatório interno)
Lopes, J. A., Medeiros, W. E., La Bruna, V., de Lima, A., Bezerra, F. H., Schiozer, D. J. (2022). Advancements towards DFKN modelling: Incorporating fracture enlargement resulting from karstic dissolution in discrete fracture networks. Journal of Petroleum Science and Engineering, 209, 109944. https://doi.org/10.1016/j.petrol.2021.109944
Lopes, J. A., Medeiros, W. E., Oliveira, J. G., Santana, F. L., Araújo, R. E., La Bruna, V., Bezerra, F. H. (2023). Three-dimensional characterization of karstic dissolution zones, fracture networks, and lithostratigraphic interfaces using GPR cubes, core logs, and petrophysics: Implications for thief zones development in carbonate reservoirs. Marine and Petroleum Geology, 150, 106126. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2023.106126
Lorenz, J. C., Warpinski, N. R., Branagan, P. T., Settler, A. R. (1989). Fracture characteristics and reservoir behavior of stress-sensitive fracture systems in flat-lying lenticular formations. Journal of Petroleum Technology, 41(06), 615-622. https://doi.org/10.2118/15244-PA
Matos, R. M. D. (1992). The northeast Brazilian rift system. Tectonics, 11(4), 766-791. https://doi.org/10.1029/91TC03092
Mesquita, P. B. (2022). Análise estatística do fluxo de água e da drenagem de maciços rochosos fraturados. Dissertação (Mestrado). Brasília: Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília. Disponível em: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/45040. Acesso em: 31 maio 2024.
Nixon, C. W., Bull, J. M., Sanderson, D. J. (2012). The distribution of strain within a rifting fault network. In. AGU Fall Meeting Abstracts (Vol. 2012, pp. T53C-2725).
Odling, N. E., Gillespie, P., Bourgine, B., Castaing, C., Chiles, J. P., Christensen, N. P., Watterson, J. (1999). Variations in fracture system geometry and their implications for fluid flow in fractures hydrocarbon reservoirs. Petroleum Geoscience, 5(4), 373-384. https://doi.org/10.1144/petgeo.5.4.373
Ortega, O. J., Marrett, R. A., Laubach, S. E. (2006). A scale-independent approach to fracture intensity and average spacing measurement. AAPG bulletin, 90(2), 193-208. https://doi.org/10.1306/08250505059
Panza, E., Sessa, E., Agosta, F., Giorgioni, M. (2018). Discrete Fracture Network modelling of a hydrocarbon-bearing, oblique-slip fault zone: Inferences on fault-controlled fluid storage and migration properties of carbonate fault damage zones. Marine and Petroleum Geology, 89, 263-279. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2017.09.009
Pereira Gomes, I., Vieira Veríssimo, C. U., Rego Bezerra, F. H., Lima dos Santos, J., Freitas Câmara, J. R. (2019). Fraturas, carste e cavernas nos calcários Jandaíra em Felipe Guerra, Rio Grande do Norte. Geologia USP. Série Científica, 19(1). https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v19-149311
Pessoa Neto, O. C., Soares, U. M., Silva, J. G. F., Roesner, E. H., Florencio, C. P., Souza, C. A. V. (2007). Bacia potiguar. Boletim Geociências Petrobras, 15(2), 357-369.
Questiaux, J. M., Couples, G. D., Ruby, N. (2010). Fractured reservoirs with fracture corridors. Geophysical Prospecting, 58(2), 279-295. https://doi.org/10.1111/j.1365-2478.2009.00810.x
Roehl, P. O., Choquette, P. W. (Eds.). (2012). Carbonate petroleum reservoirs. New York: Springer Science & Business Media.
Sanderson, D. J., Nixon, C. W. (2015). The use of topology in fracture network characterization. Journal of Structural Geology, 72, 55-66. https://doi.org/10.1016/j.jsg.2015.01.005
Sanderson, D. J., Nixon, C. W. (2018). Topology, connectivity, and percolation in fracture networks. Journal of Structural Geology, 115, 167-177. https://doi.org/10.1016/j.jsg.2018.07.011
Watkins, H., Bond, C. E., Healy, D., Butler, R. W. (2015). Appraisal of fracture sampling methods and a new workflow to characterise heterogeneous fracture networks at outcrop. Journal of Structural Geology, 72, 67-82. https://doi.org/10.1016/j.jsg.2015.02.001
Xavier Neto, P., Bezerra, F. H. R., Silva, C. C. N., Cruz, J. B. (2008). O condicionamento estrutural do carste Jandaíra e da espeleogênese associada pela tectônica pós-campaniana da Bacia Potiguar. XLIV Congresso Brasileiro De Geologia, Anais... Curitiba: SBG.
Xu, Y., Cavalcante Filho, J. S., Yu, W., Sepehrnoori, K. (2017). Discrete-fracture modeling of complex hydraulic-fracture geometries in reservoir simulators. SPE Reservoir Evaluation & Engineering, 20(02), 403-422. https://doi.org/10.2118/183647-PA
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Luana Sousa da Silva, Vincenzo La Bruna, Renata Emily Brito de Araújo, Francisco Hilário Rego Bezerra, Walter Eugênio Medeiros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Geologia USP. Série Científica, o direito de primeira publicação, com o trabalho sob a licença Creative Commons BY-NC-SA (resumo da Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 | texto completo da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/legalcode) que permite o compartilhamento do trabalho de forma não comercial e conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, uma vez que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O efeito do Acesso Aberto e downloads no impacto das citações).