Lo spazio della memoria nella scrittura di Delia Benco
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i49p88-96Palavras-chave:
Delia Benco, Memória, Autobiografia, Ieri, Literatura femininaResumo
Alberto Asor Rosa, em Alba, destacou a importância do elemento da memória no cenário literário italiano. Este artigo pretende apresentar uma escritora que teve um grande impacto em sua época, mas foi esquecida ao longo dos anos. Delia Benco (1882-1949) é uma figura única no cenário literário de Trieste. Sua inteligência lúcida, aguda e inquieta, aliada a uma prosa franca, quase até a honestidade impiedosa, se funde em uma estética profundamente individual, que se baseia em um apreço cândido e às vezes mórbido pelos aspectos mais íntimos e elementares da existência humana. “Ieri” (1937), uma novela autobiográfica permeada por uma amarga desilusão, representa uma reconstrução de espaços dominados pela protagonista e pelo irmão, vítima precoce da tuberculose. As vívidas e violentas impressões de Delia, conhecida como Tita, revivem através da memória de horrores e agonias silenciosamente suportados. Sua fervorosa imaginação registra e fixa no papel os passos angustiantes que marcam a experiência da infância e adolescência. Estilisticamente original, com uma sintaxe labiríntica e sincopada, “Ieri” impressiona pela sua incisividade perturbadora e pela capacidade de abrir novas fronteiras expressivas e estilísticas. Pietro Pancrazi, no Corriere della Sera, a define como uma das melhores obras da narrativa autobiográfica italiana dos últimos anos, lamentando apenas a limitada produção literária da escritora. Apesar da imponente sombra do marido, a profunda individualidade de Delia Benco representa um modelo literário influente, embora subterrâneo, em Trieste. Sua prosa é involuntariamente e autenticamente emancipada em relação aos cânones da escrita feminina, tanto em Trieste quanto em outros lugares.
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