Sexualidade e procriação na ótica de jovens de periferias sociais e urbanas
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.19833Palavras-chave:
Gravidez na adolescência, Exclusão social, Construção de valores, Sexualidade na adolescência, Perspectiva de vidaResumo
Trata-se de uma investigação com jovens de 14 a 19 anos, moradores de favela, participantes de um projeto de iniciação artística na região de Santo André, São Paulo. Relatos de não ocorrência de casos de gravidez entre os participantes do projeto constituíram um evento a ser investigado. Foi proposto um levantamento, por meio de questionários, dos aspectos da vida sexual e reprodutiva dessa população. Foram aplicados, sob condição controlada, 100 questionários. As respostas foram organizadas de acordo com alguns indicadores: fontes de informação sobre sexualidade, idade de iniciação de relações sexuais, utilização de contraceptivos, motivos para engravidar, idade ideal para a primeira maternidade. Dentre os resultados, destaca-se que para a totalidade dos jovens a melhor idade para se ter um filho não é durante a adolescência, sendo as carências um dos principais motivos para uma jovem engravidar. Fenômenos associados ao tráfico e uso de drogas, à violência, ao aumento de procriação de adolescentes acontecem, sobretudo, em contextos de pobreza aliados às expectativas da sociedade não pobre. Assim, tais fenômenos, particularmente, a maternidade na adolescência podem ser compreendidos como alternativas possíveis encontradas por essa juventude. Tais alternativas estariam relacionadas a auto-percepções fracassadas diante de modelos colocados fora de alcance. Assim, a não ocorrência de gravidez nos jovens inseridos no projeto cultural investigado explicar-se-ia pelo fato de se alocar nesse espaço cultural condições que atenderiam muitas das expectativas dos jovens em termos de diversão, construção de projetos, trocas interpessoais, elaboração de valores, sentido de pertinência pessoal e social, possibilidade de trabalho.Downloads
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