Análise do comportamento de crianças vítimas de queimaduras expostas a curativo sem sedação em enfermaria

Autores

  • Fabiana Pereira Sabino de Oliveira Universidade Federal do Pará; Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
  • Eleonora Arnaud Pereira Ferreira Universidade Federal do Pará; Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
  • Vera Ribeiro Novaes Universidade Federal do Pará
  • Jeisiane dos Santos Lima Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19925

Palavras-chave:

crianças vítimas de queimaduras, psicologia pediátrica, escala de observação de distresse comportamental, observação direta do comportamento

Resumo

O caráter aversivo de muitos procedimentos médicos é amplamente divulgado na literatura. Tais procedimentos são considerados como estressores em potencial, principalmente no caso de pacientes pediátricos vítimas de queimaduras. O acidente por queimadura é responsável por uma experiência extremamente aversiva para a criança. Associados a ele estão os efeitos negativos ao desenvolvimento adequado dessa criança, decorrentes da hospitalização e de procedimentos médicos invasivos utilizados no tratamento. As crianças vítimas de queimaduras são constantemente submetidas à realização de procedimentos, como curativos, fisioterapia, que são tidos como extremamente aversivos e inerentes ao tratamento. Este estudo teve como objetivo principal analisar os comportamentos emitidos por crianças vítimas de queimaduras durante procedimento de curativo sem sedação realizado em enfermaria. Participaram seis crianças com idades entre seis e doze anos. Utilizou-se: (a) roteiro de entrevista semi-estruturado com perguntas sobre dados sociodemográficos e questões referentes ao acidente que ocasionou a queimadura, e (b) escala de observação de distresse comportamental (Observation Scale of Distress Behavior [OSDB]). Os resultados apontam que todas as crianças apresentaram uma freqüência de comportamentos concorrentes superior a 80%, em comparação aos comportamentos não-concorrentes. Houve um maior predomínio das categorias comportamentais: protestar (43%), comportar-se de modo nervoso (24%) e chorar (20%). Dentre as categorias de comportamentos não concorrentes, as que tiveram a maior freqüência foram: falar (37,5%) e responder verbalmente (25%). Dessa forma, ressalta-se que procedimentos médicos invasivos necessitam de intervenções que visem à diminuição do sofrimento comportamental da criança.

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Publicado

2009-12-01

Edição

Seção

Pesquisa Original