Análise do comportamento de crianças vítimas de queimaduras expostas a curativo sem sedação em enfermaria
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.19925Palavras-chave:
crianças vítimas de queimaduras, psicologia pediátrica, escala de observação de distresse comportamental, observação direta do comportamentoResumo
O caráter aversivo de muitos procedimentos médicos é amplamente divulgado na literatura. Tais procedimentos são considerados como estressores em potencial, principalmente no caso de pacientes pediátricos vítimas de queimaduras. O acidente por queimadura é responsável por uma experiência extremamente aversiva para a criança. Associados a ele estão os efeitos negativos ao desenvolvimento adequado dessa criança, decorrentes da hospitalização e de procedimentos médicos invasivos utilizados no tratamento. As crianças vítimas de queimaduras são constantemente submetidas à realização de procedimentos, como curativos, fisioterapia, que são tidos como extremamente aversivos e inerentes ao tratamento. Este estudo teve como objetivo principal analisar os comportamentos emitidos por crianças vítimas de queimaduras durante procedimento de curativo sem sedação realizado em enfermaria. Participaram seis crianças com idades entre seis e doze anos. Utilizou-se: (a) roteiro de entrevista semi-estruturado com perguntas sobre dados sociodemográficos e questões referentes ao acidente que ocasionou a queimadura, e (b) escala de observação de distresse comportamental (Observation Scale of Distress Behavior [OSDB]). Os resultados apontam que todas as crianças apresentaram uma freqüência de comportamentos concorrentes superior a 80%, em comparação aos comportamentos não-concorrentes. Houve um maior predomínio das categorias comportamentais: protestar (43%), comportar-se de modo nervoso (24%) e chorar (20%). Dentre as categorias de comportamentos não concorrentes, as que tiveram a maior freqüência foram: falar (37,5%) e responder verbalmente (25%). Dessa forma, ressalta-se que procedimentos médicos invasivos necessitam de intervenções que visem à diminuição do sofrimento comportamental da criança.Downloads
Referências
Zannon CMLC. Psicologia aplicada à Pediatria: Questões metodológicas atuais. In: RR. Kerbauy (Org.),Comportamento e saúde: Explorando alternativas. Santo André, SP: Arbytes Editora; 1999: 46-58.
Pedromônico MRM. A relevância da avaliação psicológica na clinica pediátrica. In: MA Crepaldi, MBM Linhares, GB Perosa (OrgS.). Temas em Psicologia Pediátrica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006: 83-107.
Crepaldi MA, Hackbarth ID. Aspectos psicológicos de crianças hospitalizadas em situação pré-cirúrgica.Temas em Psicologia da SBP, 2002;10(2): 99-112.
Costa Jr AL. Psico-oncologia e manejo de procedimentos invasivos em oncologia pediátrica: uma revisão de literatura. Psicologia: Reflexão e Crítica,1999; 12(1):107-118.
Costa Jr. AL. Análise de comportamentos de crianças expostas à punção venosa para quimioterapia. Tese de Doutorado não-publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília. Brasília, DF, 2001.
Motta AB, Enumo SRF. Brincar no hospital: câncer infantil e avaliação do enfrentamento da hospitalização. Psicologia: Saúde e Doenças, 2002; 3(1),23-41.
Motta AB, Enumo SRF. Brincar no Hospital: estratégias de enfrentamento da hospitalização infantil. Psicologia em Estudo, Maringá, 2004; 9(1), 19-28.
Borges, L.M. Treinamento de respostas de enfrentamento e colaboração em mães de crianças submetidas a procedimentos médicos invasivos. Dissertação de Mestrado. Brasília, DF: Universidade de Brasília, 1999.
Possobon RF, Carrascoza KC, Moraes ABA, Costa Jr AL. O tratamento odontológico como gerador de ansiedade. Psicologia em Estudo, Maringá, 2007; 12(3): 609-616.
Ferreira EAP. Adesão ao tratamento em psicologia pediátrica. In: MA Crepaldi, MBM Linhares, GBP Rosa (Orgs.). Temas em Psicologia Pediátrica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.
Ferreira EAP. Adesão ao tratamento em portadores de diabetes mellitus: efeitos de um treino em análise de contingências sobre comportamentos de autocuidado. Tese de doutorado não-publicada, Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, 2001.
Mitre RMA, Gomes R. A promoção do brincar no contexto da hospitalização infantil como ação de saúde. Ciência Saúde Coletiva. 2004;9(1):147-154.
Oliveira GF, Dantas FD, Fonsêca PN. O impacto da hospitalização em crianças de 1 a 5 anos de idade. Rev Soc Bras Psicologia Hospitalar. 2004;7(2):37-54.
Santos, A.R.R. Psiconcologia pediátrica em hospital escola. In: RR Kerbauy, (Org.). Sobre comportamento e cognição: Psicologia Comportamental e Cognitiva - Conceitos, pesquisa e aplicação, a ênfase no ensinar, na inovação e no questionamento clínico. Santo André, SP: Arbytes Editora, 2000;(5);139- 147.
Soares MRZ. Estratégias lúdicas na intervenção com crianças hospitalizadas. In: CG Almeida (Org.). Intervenções em grupo: estratégias psicológicas para a melhoria da qualidade de vida. Campinas, SP: Papirus, 2003; 23-36.
Castro DM, Abrantes MM, Lamounier JA, Lemos ATO. Estudo descritivo de queimaduras em crianças e adolescentes. Jornal de Pediatria, 1999; 75 (3), 181-186.
Damasceno AKC. Epidemiologia de dor em crianças vítimas de queimaduras. Tese de doutorado. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza; 2005.
Martins CBG, Andrade SM. Queimaduras em crianças e adolescentes: análise da morbidade hospitalar e mortalidade. Acta Paulista de Enfermagem. 2007; 20(4):464-469.
Rossi LA, Camargo C, Santos CMNM, Barruffin RCP, Carvalho EC. A dor da queimadura: terrível para quem sente, estressante para quem cuida. Rev Latino-Am Enfermagem. 2000; 8(3):18-26.
Silveira ET, Moulin AFV. Primeiros Socorros – queimaduras, insolação e internação. Disponível no site: http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_exibe1.asp?cod_noticia=1135.Obtido em 14 de fevereiro de 2009.
Guerrero GZ. Reacciones emocionales de los niños hospitalizados com quemaduras así como de sus familiares. Rev Latino-americana de Psicopatologia Fundamental. 2008;11(1):29-38.
Menossi MJ, Lima RAG, Corrêa AK. Pain in children and adolescents with cancer. Rev Latino-Am Enfermagem. 2008;16 (3):489-494.
Correia LL, Linhares MBM. Avaliação do comportamento de crianças em situações de dor: revisão da literatura. Jornal de Pediatria. 2008;84(6):477-486.
Torritesi P, Vendrúsculo DMS. A dor na criança com câncer: modelos de avaliação. Rev Latino-Americana Enfermagem. 1998; 6(4): 49-55.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
CODE OF CONDUCT FOR JOURNAL PUBLISHERS
Publishers who are Committee on Publication Ethics members and who support COPE membership for journal editors should:
- Follow this code, and encourage the editors they work with to follow the COPE Code of Conduct for Journal Edi- tors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf)
- Ensure the editors and journals they work with are aware of what their membership of COPE provides and en- tails
- Provide reasonable practical support to editors so that they can follow the COPE Code of Conduct for Journal Editors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf_)
Publishers should:
- Define the relationship between publisher, editor and other parties in a contract
- Respect privacy (for example, for research participants, for authors, for peer reviewers)
- Protect intellectual property and copyright
- Foster editorial independence
Publishers should work with journal editors to:
- Set journal policies appropriately and aim to meet those policies, particularly with respect to:
– Editorial independence
– Research ethics, including confidentiality, consent, and the special requirements for human and animal research
– Authorship
– Transparency and integrity (for example, conflicts of interest, research funding, reporting standards
– Peer review and the role of the editorial team beyond that of the journal editor
– Appeals and complaints
- Communicate journal policies (for example, to authors, readers, peer reviewers)
- Review journal policies periodically, particularly with respect to new recommendations from the COPE
- Code of Conduct for Editors and the COPE Best Practice Guidelines
- Maintain the integrity of the academic record
- Assist the parties (for example, institutions, grant funders, governing bodies) responsible for the investigation of suspected research and publication misconduct and, where possible, facilitate in the resolution of these cases
- Publish corrections, clarifications, and retractions
- Publish content on a timely basis