O Refino estiriano na Fábrica de Ferro de Ipanema: gestos engendrando cristais em 1885
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-2158.i13p1-44Palabras clave:
Fábrica de ferro de Ipanema, Refino, arqueometalurgia, assinatura químicaResumen
A fabricação de barras de ferro maleável na Fábrica de Ferro de Ipanema é examinada com base na descrição do processo de refino do ferro-gusa feita pelo engenheiro Dupré, em 1884, e pela análise da microestrutura de alguns exemplares obtidos no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em 2014. Barras desse tipo foram utilizadas nas estradas de ferro do século 19. São contextualizados e explicados, a luz dos conhecimentos atuais, os gestos dos operadores do refino. As heterogeneidades microestruturais nelas observadas são similares às citadas na literatura sobre peças contemporâneas. Foi possível correlacionar a composição química do minério de ferro de Ipanema com a composição das inclusões de escória presentes naqueles objetos, parâmetro viável para estabelecer a “assinatura química” das barras lá fabricadas.
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