As Pílulas Rosadas do Dr. Williams: o que um medicamento para anemia pode nos indicar sobre racismo e sexismo?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-2158.i16p39-57

Palavras-chave:

Relações étnico-raciais, Eugenia, Colonialidade

Resumo

A história do desenvolvimento de fármacos pode ser compreendida a partir de diferentes nuances e recortes, sendo inegável as articulações entre indústria farmacêutica, economia e desenvolvimento científico. Este artigo analisa os anúncios do medicamento Pílulas Rosadas do Dr. Williams, divulgados em um Jornal do Estado do Ceará no início do século XX. A análise nos concede indícios dos processos pelos quais representações racistas e sexistas que discriminavam aspectos de beleza e moralidade eram aspectos fundamentais para determinar a clientela do medicamento.

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Biografia do Autor

  • Nivaldo Aureliano Léo Neto, Universidade Federal do Pará
    Pós-doutorado em Educação e Contemporaneidade (UNEB). Doutor em Ciências Biológicas (UFPB) Professor adjunto na Universidade Federal do Pará, campus Marajó-Soure.
  • Kelly Meneses Fernandes, Universidade Federal da Bahia

    Doutoranda em Ensino, Filosofia e História das Ciências. Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA - Brasil. Professora Substituta - Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus Senhor do Bonfim. Salvador, BA - Brasil. Técnica em Educação das Relações Étnico-Raciais- Secretaria de Educação de Camaçari (SEDUC). Camaçari, Salvador, BA - Brasil. 

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Publicado

2024-03-27

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Léo Neto, N. A., & Fernandes, K. M. (2024). As Pílulas Rosadas do Dr. Williams: o que um medicamento para anemia pode nos indicar sobre racismo e sexismo?. Khronos, 16, 39-57. https://doi.org/10.11606/issn.2447-2158.i16p39-57