A Revolução Biotecnológica: história e indústria no Brasil

Autores

  • Francisco Rômulo Monte Ferreira Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Francisco Assis de Queiroz Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
  • Lauro Fabiano de Souza Carvalho Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-2158.i16p72-98

Palavras-chave:

Biotecnologia, Revolução biotecnológica, Industria brasileira

Resumo

No século XX assiste-se ao despontar do que se consagrou chamar de novas tecnologias. Procurar-se-á discutir aqui, em perspectiva histórica, o que diversos autores avaliam como sendo a revolução do século XXI, a “revolução biotecnológica”, que poderá configurar ou não “nosso futuro pós-humano”, expressão que constitui título de outra obra do consagrado autor de “O Fim da História” - seria o nosso futuro pós-história? -, Francis Fukuyama. Produtos de base biológica floresceram muito em função do imperialismo em expansão, principalmente a partir de meados do século XIX, tendo em vista o combate à malária, febre amarela, assim como o melhoramento de animais e plantas, entre outros desenvolvimentos – a palavra biotecnologia surge no começo do século XX, mas só terá sua difusão nas décadas finais do mesmo. Novo impulso foi dado em 1953, com a descoberta da estrutura em espiral da molécula de DNA que contém o código genético. Talvez nenhum fato científico nas últimas décadas tenha sido mais ansiosamente aguardado e retumbantemente anunciado quanto a conclusão do Projeto Genoma Humano pelos governos inglês e americano em 26 de junho de 2000.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALMEIDA, Anna Luiza Ozorio de (Coord.). Biotecnologia e Agricultura: Perspectivas para o Caso Brasileiro. Rio de Janeiro: Vozes/Biomatrix, 1984.

BLACK, E. A Guerra contra os Fracos. São Paulo: Girafa Editora, 2003.

BRZEZINSKI, Zbigniew. América: Laboratório do Mundo: A Era Tecnetrônica & o Desafio Universal. Traduzido por J. A. Fortes; Rio de Janeiro: Ed. Artenova, 1971 (original norte-americano: Between Two Ages: America’s Role in the Technetronic Era, 1969; trad. francesa: La Révolution Technétronique, Paris, 1970).

BUD, Robert. The Uses of Life: A History of Biotechnology. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

CÂMARA, Alcino Ferreira. “O Processo de Modernização da Agricultura”. In: ALMEIDA, A. L. O. de (Coord.). Biotecnologia e Agricultura..., 1984.

CASTELLS, Manuel. The Informational City: Information Technology, Economic Restructuring and the Urban-Regional Process. Blackwell, Oxford UK & Cambridge USA, 1994.

FUKUYAMA, Francis. Nosso Futuro Pós-Humano: Conseqüências da Revolução da Biotecnologia. Trad. de Maria Luiza X. de A. Borges; Rio de Janeiro: Rocco, 2003.

FUNDAÇÃO BIOMINAS. Estudo de Empresas de Biotecnologia do Brasil; Minas Gerais, 2007. In: http://win.biominas.org.br/estudobio/estudo/download/resumo_estudo_biominas_2007.pdf.

FUNDAÇÃO BIOMINAS. Biotecnologia no Brasil. In: http://win.biominas.org.br/biominas2008/content7.asp?id=91&versao=1&template=7&menum=1&area=4

FUNDAÇÃO BIOMINAS. Estudo das Empresas de Biociências Brasil 2009: In: http://win.biominas.org.br/biominas2008/File/estudo%20setorial%20site.pdf.

GASSEN, Hans Günter. “Biotecnologia para Países em Desenvolvimento”. In: GASSEN, H. G. et. al. Biotecnologia em Discussão (Cadernos Adenauer 8). São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2000, pp.9-18.

GOLISZEK, Andrew. Cobaias Humanas: A história secreta do sofrimento provocado em nome da ciência. Trad. de Vera de Paula Assis; Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

GOMENSORO, Sônia C. M., “A Implantação e Consolidação do ‘Pacote’ Tecnológico de Insumos e Máquinas no Brasil”. In: ALMEIDA, Biotecnologia e Agricultura..., 1984.

GROS, François. “Histoire des Biotechnologies”. In: : JORLAND, Gérard (Dir.). Des Technologies pour Demain: Biotechnologies, Fusion Nucléaire, Laser, Supraconducteurs. Paris: Éditions du Seuil, 1992, pp. 31-43.

HUBER, Gérard “Desvio Ideológico e Proteção Ética”. In: MAYOR, Federico e FORTI, Augusto. Ciência e Poder; trad. de Roberto Leal Ferreira, Campinas, SP: Papirus; Brasília: CNPq; UNESCO, 1998.

HUGHES, Sally Smith. “Making Dollars Out of DNA: The First Major Patent in Biotechnology and the Commercialization of Molecular Biology, 1974-1980”. Isis, Vol. 92, No 3, September 2001, pp. 541-575.

ILLICH, Ivan. A Expropriação da Saúde: Nêmesis da Medicina. Trad. de José Kosinski de Cavalcanti; Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2a ed., s/d (ed. francesa: 1975).

JORLAND, Gérard. “Introduction: De la Coupe aux Lèvres...”. In: JORLAND, Gérard (Dir.). Des Technologies pour Demain: Biotechnologies, Fusion Nucléaire, Laser, Supraconducteurs. Paris: Éditions du Seuil, 1992.

KELLER, Evelyn Fox. O Século do Gene. Trad. de Nelson Vaz; Belo Horizonte: Crisálida, 2002.

KOURILSKY, Philippe. “Les Biotechnologies dans le Champ du Vivant”. In: JORLAND, Gérard (Dir.). Des Technologies pour Demain: Biotechnologies, Fusion Nucléaire, Laser, Supraconducteurs. Paris: Éditions du Seuil, 1992, pp. 45-68.

LEWONTIN, R. C. Biologia como Ideologia: A Doutrina do ADN. Tradução de Margarida Amaral; Lisboa: Relógio D’Água, 1998.

MAYOR, Federico e FORTI, Augusto. Ciência e Poder; trad. de Roberto Leal Ferreira, Campinas, SP: Papirus; Brasília: CNPq; UNESCO, 1998.

MAYR, Ernst. Biologia, Ciência Única: Reflexões sobre a autonomia de uma disciplina científica. Trad. de Marcelo Leite; São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

MOLINA, Alfonso Hernán. The Social Basis of the Microelectronics Revolution. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1989.

MOTOYAMA, Shozo (Org.). Prelúdio para uma História: Ciência e Tecnologia no Brasil. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 2004.

ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT (OECD), Biotechnology Statistics Database, January 2009. In: http://www.oecd.org/dataoecd/4/23/42833898.pdf.

PALMEIRA, Moacir, “Modernização, Estado e Questão Agrária”, Estudos Avançados, 3 (7): 87-108, 1989.

QUEIROZ, Francisco Assis de. A Revolução Microeletrônica: Pioneirismos Brasileiros e Utopias Tecnotrônicas. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2007.

QUEIROZ, Francisco Assis de. “Industrialização e Modernização no Brasil: 1930-1964”, Revista de Geografia, UEL, julh./dez. 2002, pp. 47-56.

RIFKIN, Jeremy. O Século da Biotecnologia. Trad. de Arão Sapiro; São Paulo: MAKRON Books, 1999.

SANTOS, Agnaldo dos. Entre o Cercamento e a Dádiva: A Inovação sob Cooperação e os Caminhos da Abordagem Aberta em Biotecnologia. Tese de Doutorado em Sociologia; São Paulo: USP, 2006.

SAUTIER, René. “La Révolution Bio-Industrielle”. In: JORLAND, Gérard (Dir.). Des Technologies pour Demain: Biotechnologies, Fusion Nucléaire, Laser, Supraconducteurs. Paris: Éditions du Seuil, 1992, pp. 87-103.

SEVCENKO, Nicolau a. “Introdução. O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso”. In: História da Vida Privada no Brasil / coordenador-geral da coleção Fernando A. Novais; organizador do volume Nicolau Sevcenko. – São Paulo: Companhia das Letras, 1998, vol. 3, pp. 7-48.

SEVCENKO, Nicolau b. “A capital irradiante: técnica, ritmos e ritos do Rio”. In: Idem, ibidem, pp. 513-619.

SIMPSON, Andrew J. G. et al. The genome sequence of the plant pathogen Xylella fastidiosa. Nature 406, 151-157, 13 July 2000.

SKIDMORE, Thomas. Preto no Branco: Raça e Nacionalidade no Pensamento Brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

THOMAS, Daniel. “L´état des Recherches Biotechnologiques”. In: JORLAND, Gérard (Dir.). Des Technologies pour Demain: Biotechnologies, Fusion Nucléaire, Laser, Supraconducteurs. Paris: Éditions du Seuil, 1992, pp. 69-86.

VARGAS, Milton (Org.). História da Técnica e da Tecnologia no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista: Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, 1994.

WATSON, James, com Andrew Berry. DNA: O Segredo da Vida. Trad. de Carlos Afonso Malferrari; São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Downloads

Publicado

2024-03-27

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Ferreira, F. R. M., Queiroz, F. A. de, & Carvalho, L. F. de S. (2024). A Revolução Biotecnológica: história e indústria no Brasil. Khronos, 16, 72-98. https://doi.org/10.11606/issn.2447-2158.i16p72-98