As Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais e o apoioao desenvolvimento da Inteligência Artificial em seus estados
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-2158.i17p33-70Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Financiamento público, Desenvolvimento econômico, Fundações de Amparo à Pesquisa, EstadoResumo
O objetivo deste artigo é fazer uma apresentação do esforço de fomento à ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) promovido pelas entidades públicas de fomento estaduais, denominadas como Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), que com-põem o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro (SNCTI), conforme definido no Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (BRASIL, 2018). Metodologicamente, buscamos informações sobre cada FAP em seus estatu-tos e regimentos internos, visando uma melhor compreensão do seu funcionamen-to e seus objetivos tal como definidos pelo legislador de cada estado. Além disso, levantamos editais e chamadas públicas disponíveis nos portais online das respecti-vas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) nos últimos 10 anos (2013-2023), tentando perceber, sobretudo, se há sinergia entre suas ações. Ou seja, se, apesar de serem limitadas em suas atividades no âmbito de seus respectivos estados, com demandas específicas, há cooperação. Dado que as FAPs apoiam projetos em vá-rias áreas do conhecimento, elegemos a Inteligência Artificial em nossa investiga-ção dada sua importância no processo de desenvolvimento econômico em curso no mundo. Um objetivo secundário é correlacionar aspectos lúdicos com avanços tecnológicos e desenvolvimento econômico dada a subjetividade que o tema carre-ga e a necessária aproximação entre intelectuais e pesquisadores, com uma conse-quente eliminação das barreiras entre as chamadas hard science e soft science.
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