Simplicidade como Virtude: uma análise de A Navalha de Ockham de Johnjoe McFadden
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-2158.i19p284-290Palavras-chave:
filosofia da ciencia, reducionismo, ontologiaResumo
O livro de McFadden, professor de genética molecular na Universidade de Surrey, Reino unido, chega em boa hora e considero de especial interesse para o campo das humanidades. Em boa hora pois o campo está tomado de complexidade, relativismo, pluralidade, pósmodernismo etc., que tomam como valores o exato oposto do que é exposto no livro como fundamento da ciência. Boa hora, portanto, porque a simplicidade já é vista como defeito, vício, quando, na verdade é maior virtude científica que pudemos encontrar em alguns milhares de anos, como argumenta a obra. A navalha de Ockham, formulada pelo frade franciscano Guilherme de Ockham (1287 - 1347), afirma que entidades não devem ser multiplicadas além da necessidade, incentivando a busca por explicações mais simples para os fenômenos observados. O argumento central de McFadden de que “menos é mais” é apresentado como um contrapeso à sobrecarga conceitual das correntes relativistas e pós-modernas. A defesa da economia de pressupostos, embasada tanto em princípios filosóficos quanto em metodologias probabilísticas (como a abordagem bayesiana), ilustra como a ciência se beneficia da escolha de teorias menos ad hoc. McFadden traça com precisão a influência de Ockham na evolução do pensamento científico, conectando desde os primórdios da astronomia na Mesopotâmia até os avanços da física moderna e da biologia. Sendo, assim podemos inferir do livro, a chave para o que Bilate (2024) considerou chave para academia: encontrar uma ética da nossa produção acadêmica.
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Referências
BILATE, Danilo. Ensaio Histórico sobre o “CHARLATANISMO” em Filosofia. Rio de Janeiro: MUAD, 2024
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