Antipoesia e a realidade estilhaçada
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2594-7753.lajunta.2018.145730Palavras-chave:
Contemporaneidade, modernidade, pós-vanguardismo, antipoesia, Nicanor ParraResumo
O presente trabalho propõe a análise de “Solo de piano”, antipoema de Nicanor Parra, a fim de discutir mais amplamente algumas questões que palpitam na antipoesia. Por meio de uma construção metonímica, a que se pode aludir nos diversos âmbitos que o configuram, “Solo de piano” materializa a profunda dissonância entre homem e mundo; a cisão e a distância entre os indivíduos nas sociedades modernas; e o esfacelamento de uma concepção de totalidade quanto ao mundo e à vida, cuja abrangência integral se torna impossível. Aqui se analisa, portanto, o esforço antipoético no sentido da refuta ao falseamento da realidade observável, o que acaba por se encaminhar à negação do campo lírico tal qual tradicionalmente estabelecido, à rejeição do sublime. Além disso, fundamentando-se na linguagem popular e estabelecendo uma alteridade com a qual dialoga o sujeito poético, a composição analisada permite vislumbrar a preocupação da antipoesia em se aproximar do povo, expandindo, portanto, o público ao qual se dirige. Pretende-se, enfim, discutir de que modo “Solo de piano” e, de maneira geral, o próprio movimento antipoético configuram uma resposta à fragmentação da experiência humana no mundo contemporâneo.Downloads
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Publicado
2018-04-28
Edição
Seção
Dossiê: A poesia vanguardista Hispano-americana
Como Citar
Azevedo, D. S. da R. (2018). Antipoesia e a realidade estilhaçada. La Junta (São Paulo), 2(1), 24-31. https://doi.org/10.11606/issn.2594-7753.lajunta.2018.145730