Editorial
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v0i10p7-10Palavras-chave:
poesia, mélica, iâmbica, elegíaca, grega, latinaResumo
A chamada poesia “lírica” grega antiga nos apresenta uma série de problemas e desafios. O primeiro problema é a própria nomenclatura, já que o adjetivo lyrikós ocorre apenas no primeiro século a.C., com referência a alguns poetas e suas obras. O sentido mais largo e genérico do termo “lírica”, que engloba toda a poesia que não seja épica nem dramática, e se consolida nas teorias poéticas dos séculos XVIII e XIX, pouco tem a ver com os textos que nos restaram dos períodos arcaico e clássico da Grécia antiga. Assim, um dos grandes desafios daqueles que hoje estudam tais poemas é procurar definir, em meio a um corpus de textos extremamente variado quanto às formas, funções e ocasiões de performance, o que seriam os “gêneros” antigos e as “regras não-escritas” que os norteavam e formavam o “horizonte de expectativa” do público ouvinte.
Para os teóricos e poetas romanos, os gêneros da poesia não-épica e não-dramática grega, tal como a acolheram, e da poesia não-épica e não-dramática latina, tal como a produziram, eram menos problemáticos porque receberam discriminação mais regulada e então mais rígida, já não dependente das ocasiões de performance. A classificação jamais elidiu os limites que os romanos reconheciam, que eles impunham e que também transgrediam entre lírica, elegia, iambo e epigrama.
Atento a essas questões, o PPG Letras Clássicas da FFLCH/USP dedica este número de Letras Clássicas à poesia mélica, iâmbica e elegíaca grega e latina.
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