Édipo, G. H. e o drama da existência: o heroísmo na deseroização
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v35i3p99-112Palavras-chave:
Édipo e G. H, Drama existencial, Heroísmo trágico, Crítica literária, Literatura comparadaResumo
O presente estudo analisa os protagonistas das obras A paixão segundo G. H. (1964), da autora Clarice Lispector, e Édipo Rei, de Sófocles, discutindo a figura do herói trágico a partir de uma análise comparatista. Édipo, personagem trágico, está atravessado por ambiguidades e tensões da sua existência. Já no romance de Lispector, a personagem/narradora, identificada apenas pelas suas iniciais, atravessa o itinerário existencial, lançada no abismo do seu existir, e assiste a sua vida ruir. Para a análise, esta proposta centraliza sua discussão na figura dos personagens Édipo e G. H. como heróis trágicos, propondo uma leitura acerca da deseroização dos personagens e encarando-a como um ato de heroísmo, isto é, como a travessia pela existência, que despersonaliza os personagens e ilustra a virtude do herói trágico: a busca pelo eu.
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