Ordem régia e vozes de protesto na escritura de documentos luso-brasileiros: entre rascunhos, minutas, originais e cópias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v37i4p130-157

Palavras-chave:

Terremoto em Lisboa, Vila Real de Sabará, Subsídio voluntário, Diplomática contemporânea, Vínculo arquivístico

Resumo

A análise da carta régia de 1755, pelas metodologias da Filologia, da Diplomática e da Arquivística, tem por objetivo reconhecer o documento em seu contexto histórico. O estudo verifica o caminho percorrido pelo manuscrito desde a sua produção, em sedes administrativas, até o seu uso como objeto de estudo científico, social e cultural, nos arquivos permanentes. Sob a perspectiva do conceito do vínculo arquivístico, ou seja, do contexto orgânico em que os documentos estão inseridos num arquivo governamental, o estudo anuncia o relato inédito da logística utilizada pela Coroa portuguesa para instituir o imposto conhecido como “subsídio voluntário”, que foi cobrado desde 1756, para ajudar na reconstrução de Lisboa, após o terremoto de 1755, e se prolongou até o tempo do Brasil Imperial.

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Biografia do Autor

  • Maria de Fátima Nunes Madeira, Sem Registro de Afiliação

    Mestra em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo, Brasil (2023). 

  • Marcelo Módolo, Universidade de São Paulo

    Doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo, Brasil (2004). Docente na Universidade de São Paulo, Brasil.

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Publicado

27-12-2024

Como Citar

MADEIRA, Maria de Fátima Nunes; MÓDOLO, Marcelo. Ordem régia e vozes de protesto na escritura de documentos luso-brasileiros: entre rascunhos, minutas, originais e cópias. Linha D’Água, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 130–157, 2024. DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v37i4p130-157. Disponível em: https://revistas.usp.br/linhadagua/article/view/226016.. Acesso em: 27 mar. 2025.