Modernismo brasileiro à italiana: Brás, Bexiga e Barra Funda e La divina increnca

Autores

  • Helena Bonito Pereira Universidade Federal do Pará-UFPA

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9826.literartes.2023.217005

Palavras-chave:

Brás, Bexiga e Barra Funda, Alcântara Machado, La divina increnca, Juó Bananére

Resumo

Este trabalho estabelece aproximações entre as narrativas Brás, Bexiga e Barra Funda, de António de Alcântara Machado (1927), e os poemas paródicos de La divina increnca (1924), obra publicada por Juó Bananére, pseudônimo de Alexandre Ribeiro Marcondes Machado, inspiradas no cotidiano na cidade de São Paulo no início do século passado. Ambos exerceram (não só) atividades em jornais e revistas durante a eferverscência do modernismo que trouxe incontáveis inovações à literatura brasileira. Curiosamente, ambos vinham de conhecidas famílias paulistas, sem nenhum vínculo direto com a comunidade italiana que se instalava aos poucos na cidade, e pela qual sentiam uma espécie de fascínio, em especial por sua linguagem e seu modo de expressão. A espontaneidade das personagens que povoam o pequeno núcleo em bairros paulistanos inspirou a obra de Alcântara Machado. Por sua vez, Juó Bananére encantou-se com a saborosa mescla entre a língua portuguesa e a italiana, ouvida nos bairros próximos, o que o levou reescrever paródias e sátiras de poemas românticos e parnasianos da literatura brasileira, e de outros tempos e de outras literaturas,  como sonetos de Camões ou Edgar Allan Poe.

Biografia do Autor

  • Helena Bonito Pereira, Universidade Federal do Pará-UFPA

    Doutora e Mestra em Letras Modernas (Língua e Literatura Francesa) pela Universidade de São Paulo, fez estágio pós-doutoral na Universidade da Califórnia em Riverside (USA). Além de tradutora e crítica literária, atua como Professora Visitante no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará (UFPA). Foi professora visitante na Università degli Studi di Perugia (Itália, 2018 e 2019). Foi Professora Titular e docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

Referências

ABREU, Casimiro J. “Meus oito anos”. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/wk000472.pdf. Acesso em 30.set.2023.

ALCÂNTARA MACHADO, A. Novelas paulistanas. Brás, Bexiga e Barra Funda; Mana Maria; Contos avulsos / Antônio de Alcântara Machado. BARBOSA, Francisco de Assis (Org.) Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988.

ASSIS, J. M. Machado de. “Círculo vicioso”. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/wk000472.pdf. Acesso em 18.set.2023.

AZEVEDO, M. Álvares de. "Lira dos Vinte Anos". São Paulo: Martins Fontes, 1996. Disponível em http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/Lira%20dos%20Vinte%20Anos.pdf. Acesso em 26.set.2023.

BANANÉRE, JUÓ (Alexandre Ribeiro Marcondes Machado). La divina increnca. São Paulo: Livraria Globo; Irmãos Marrano, 1926.

BRITO, Mário da Silva. “A revolução modernista”. COUTINHO, Afrânio (Org.) A literatura no Brasil. Vol. 5. 3ª ed., revista e atualizada. Rio de Janeiro: José Olympio; Universidade Federal Fluminense, 1986.

CAPELLA, Carlos E. “Anos 20, a São Paulo de Brás, Bexiga e Barra Funda”. Remate de males. Campinas, n. 10, 1990, p. 27-34.

HUTCHEON, Linda. Teoria e política da ironia. Trad. Júlio Jeha. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2000.

Downloads

Publicado

2023-12-20

Como Citar

PEREIRA, Helena Bonito. Modernismo brasileiro à italiana: Brás, Bexiga e Barra Funda e La divina increnca. Literartes, São Paulo, Brasil, v. 1, n. 19, p. 81–98, 2023. DOI: 10.11606/issn.2316-9826.literartes.2023.217005. Disponível em: https://revistas.usp.br/literartes/article/view/217005.. Acesso em: 27 abr. 2024.