A grande Meretriz na Ópera do Malandro: entre civilização e barbárie

Autores

  • Ana Luiza Andrade Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i40p391-410

Palavras-chave:

Benjamin, Brecht, Ópera do Malandro, prostituição

Resumo

O artigo faz uma leitura benjaminiana/brechtiana da peça musical de Chico Buarque de 1978 buscando esclarecer o teatro como “fábrica de ilusões” em que a atriz/meretriz tem um papel simbólico dentro de imagens contraditórias entre civilização e barbárie alusivas a um país de fachada nas ditaduras. Ao atualizar as situações de autoritarismo dos anos da ditadura Vargas, com a industrialização, e nos anos de agro-negócio pós-bolsonaristas remonta-se aos arruinados inícios da urbanização para entender um jogo simbólico entre dureza e docilidade, ruinas e modas, gerando sucessivas mudanças capitalistas de cenário e escancarando o teatro como artifício montado para iludir, e ao mesmo tempo, para despertar. 

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Biografia do Autor

  • Ana Luiza Andrade, Universidade Federal de Santa Catarina

    Professora titular aposentada em Literatura, da Universidade Federal de Santa Catarina. Escreveu Osman Lins: Crítica e criação (Hucitec, 1987) e  Outros perfis de Gilberto Freyre (Nankin,2006) entre muitos outros trabalhos. Foi líder do NEBEN (Núcleo de Estudos Benjaminianos da UFSC) e traduz o ultimo livro da filósofa Susan Buck-Morss, de quem já traduziu outros livros. E-mail: andradeufsc@gmail.com 

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Publicado

2024-12-05

Como Citar

Andrade, A. L. (2024). A grande Meretriz na Ópera do Malandro: entre civilização e barbárie. Literatura E Sociedade, 31(40), 391-410. https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i40p391-410