Qual é a verdadeira? (de Charles Baudelaire): armadilhas da imitação e da criação na representação da realidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2016.115168Palavras-chave:
mímesis, tradição clássica, modernidade, Charles BaudelaireResumo
O presente artigo tenciona discutir o enigma contido no poema em prosa “Qual é a verdadeira? O Ideal e o Real”, da obra Le Spleen de Paris, de Charles Baudelaire, a partir da análise do poema e de um breve estudo sobre a noção de mímesis e os referenciais de imitação presentes no livro X de A república de Platão, na Poética de Aristóteles e na Doutrina da arte de Schlegel. Sugere-se que a personagem Benedita e seu duplo, inicialmente alegorizados no título, organizam-se como símbolos que dialogam com as formas poéticas clássica e moderna. Nesse jogo simbólico, o narrador enuncia questões concernentes à própria prática de escritura, evidencia de que maneira sua proposta participa da tradição poética e fornece pistas para a compreensão de seu enigma.
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