A composição de Em busca do tempo perdido na correspondência de Marcel Proust

Autores

  • Carla Cavalcanti e Silva Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i29p20-31

Palavras-chave:

Proust, correspondência, memória, composição literária.

Resumo

A correspondência de Marcel Proust é bastante rica e vasta. Contando atualmente com 21 volumes, ela revela uma atividade de escritura epistolar muito intensa e com correspondentes bastante variados, mas o que atrai nossa atenção são as cartas nas quais Proust reforça que sua obra não é fruto de uma memória autobiográfica, de uma coletânea de lembranças, e, portanto, de uma escritura aleatória, mas de uma busca por uma unidade, por uma estrutura chamada por ele de “dogmática”. Esse discurso aparece já em 1913, ano de publicação do primeiro romance da obra Em busca do tempo perdido, e permanece forte depois da guerra, em 1919 e reverbera ainda em 1922, ano de sua morte. O presente texto tem por objetivo mostrar esses diálogos e pontuar como Proust tenta se afastar da ideia de memória, ao menos de uma memória autobiográfica, e insistir na questão da composição literária. 

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Biografia do Autor

  • Carla Cavalcanti e Silva, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

    Professora de Língua e Literatura Francesa pelo Departamento de Letras Modernas da faculdade de Ciências e Letras da Unesp, Campus de Assis.

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Publicado

2015-12-31

Edição

Seção

Ateliê

Como Citar

Silva, C. C. e. (2015). A composição de Em busca do tempo perdido na correspondência de Marcel Proust. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 29, 20-31. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i29p20-31