O Escravismo Estoico de Columella
Hierarquia e Estímulo à Competição Escrava
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2177-4218.v10i2p141-164Palavras-chave:
Columella, Escravidão, Estoicismo, Hierarquia, CompetiçãoResumo
Este artigo pretende abordar as prescrições sobre a administração e controle do trabalho escravo presentes no pensamento de Columella em seu tratado Sobre as Coisas do Campo (De Re Rustica). Deste modo, nossa hipótese é de que influenciado pela filosofia estoica estas prescrições tem por objetivo estimular a hierarquia dentro do plantel de escravos por meio da competição. Por um lado a competição permite que a distribuição dos cargos e benefícios seja pautada por critérios de capacidade técnica dos escravos, por outro lado acaba por reforçar o poder destes proprietários evitando assim a formação de uma ação conjunta destes trabalhadores contra os interesses dos proprietários e, por conseguinte, por melhores condições de trabalho que não se restringiam apenas promoção individualizada, mas também coletiva.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. A Política. Tradução Roberto Leal Ferreira. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 1998-2002.
CATO/VARRO. On Agriculture. Cambridge, Harvard University Press, 1979. (Loeb Classical Library).
COLUMELLA. Libro de los árboles; La labranza. Libros I-V. Introdução, tradução e notas de José Ignácio García Armendáriz. Madri: Ed. Gredos, 2004.
COLUMELLA. On Agriculture. 3 vols. Cambridge, Harvard University Press, 1977. (Loeb Classical Library).
SÊNECA. Tratado Sobre a Clemência. In: BRAREN, Ingeborg; MENDONÇA, Antônio da Silveira. Salústio; Sêneca. Clássicos do Pensamento Político. Petrópolis: Editora Vozes, 1990.
SÊNECA. Cartas a Lucílio. Tradução J. A. Segurado e Campos, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.
BODEL, John. Death and social death in ancient Rome. In: Bodel, John; Scheidel, Walter (Eds.). On Human Bondage: After Slavery and Social Death. Oxford: Blackwell, pp. 81-108, 2016.
BRADLEY, Keith. Slave and Society at Rome. New York: Cambridge University Press, 1994.
DUMONT, Jean-Christian. La villa esclavagiste?”. Topoi, 9, 1999, pp. 113-127.
FAVERSANI, F. A sociedade em Sêneca. Ouro Preto: Edufop, 2014.
FINLEY, Moses. A Economia Antiga. Porto: Edições Afrontamento, 1983.
FINLEY, Moses. Escravidão Antiga e Ideologia Moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1991.
FÖGEN, Thorsten. All Creatures Great and Small: On the Roles and Functions of Animals in Columella's De re rustica. Hermes, vol. 144, nº 3, pp. 321-351, 2016.
GARNSEY, Peter. Ideas of slavery from Aristotle to Augustine. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
GARNSEY, Peter. “Non-slave labor in the Roman world”. In: GARNSEY, Peter. Cities, Peasants and Food in Classical Antiquity: Essays in Social and Economic History. Edited with addenda by Walter Scheidel. Cambridge, Cambridge University Press, 1998, pp. 134-150.
GUARINELLO, N. L. Escravos sem senhores: escravidão, trabalho e poder no mundo romano. Revista Brasileira de História, v. 26, n. 52, 2006, p. 227-246.
JOLY, Fabio Duarte. Espaço, Poder e Escravidão no De Re Rustica de Columella. Revista Brasileira de História, v. 23, n. 45, p. 281-299, 2003.
JOLY, Fábio Duarte. A escravidão na Roma Antiga: política, economia e cultura. São Paulo: Alameda Editorial, 2005.
JOSHEL, Sandra. Slavery in the Roman World. New York: Cambridge University Press, 2010.
PATTERSON, Orlando. Escravidão e Morte Social: um estudo comparativo. Tradução Fábio Duarte Joly. São Paulo: Edusp, 2009.
PÉTRÉ-GRENOUILLEAU, Olivier. A história da escravidão. São Paulo: Boitempo, 2009.
ROLLER, Mathew B. Constructing Autocracy - Aristocrats and Emperors in Julio-Claudian Rome. Princeton: Princeton University Press, 2001.
SCHIAVONE, Aldo. Uma História Rompida: Roma Antiga e o Ocidente Moderno. São Paulo: Edusp. 2005.
THÉBERT, Yvon. O Escravo. In: GIARDINA, A. (org.), O Homem Romano. Lisboa: Presença, p. 120-150, 1992.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os conteúdos expressos nos textos publicados pela Mare Nostrum são de exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores.
A reprodução dos textos editados pela Mare Nostrum é permitida sob licença Creative Commons, Atribuição-NãoComercial (CC BY-NC).
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).