Polarização em mídias sociais: medindo segregação de comunidades políticas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v19i1p281-295Palavras-chave:
Polarização, segregação de público, mídias sociaisResumo
Nos estudos de mídias sociais, a polarização tem sido entendida como a segregação do público em dois circuitos informacionais homogêneos. Há pouco debate sobre como medir essa separação de modo a analisar a sua evolução no tempo. Neste trabalho, revisamos as duas propostas mais influentes na literatura e explicamos porque uma delas é a mais adequada. Mostramos, com dados do Facebook, como a polarização brasileira se formou em 2014 num processo que é, ao mesmo tempo, de separação e de fusão de comunidades políticas. Depois, com dados do Twitter, mostramos como a segregação da esfera pública digital já estava consolidada em 2018 e se manteve no tempo, com pequenas variações estatísticas.
Downloads
Referências
Abramowitz, A., & Saunders, K. L. (2008). Is polarization a myth? Journal of Politics, 70(2), 542–555. https://doi.org/10.1038/s41598-02333307-8
Barbera, P., Jost, J. T., Nagler, J., Tucker, J. A., & Bonneau, R. (2015). Tweeting from left to right: Is online political communication more than an echo chamber? Psychological Science, 26(10), 1531–1542. https://doi.org/10.1177/0956797615594620
Bakshy, E., Solomon, M., & Adamic, L. A. (2015). Exposure to ideologically diverse news and opinion on Facebook. Science, 348, 1130–1132. https://doi.org/10.1126/science.aaa1160
Benkler, Y., Faris, R., & Roberts, H. (2018). Network Propaganda: Manipulation, Disinformation, and Radicalization in American Politics. Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oso/9780190923624.001.0001
Boxel, L., Gentzkow, M., & Shapiro, J. M. (2017). Greater Internet use is not associated with faster growth in political polarization among US demographic groups. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 114(40), 10.612–10.617. https://doi.org/10.1073/pnas.1706588114
Cesarino, L. (2022). O mundo do avesso: verdade e política na era digital. Ubu.
Cho, J., Ahmed, S., Hilbert, M., Liu, B., & Luu, J. (2020). Do search algorithms endanger democracy? An experimental investigation of algorithm effects on political polarization. Journal of Broadcasting & Electronic Media, 64(2), 150–172. https://doi.org/10.1080/08838151.2020.1757365
Conover, M., Ratkiewicz, J., Francisco, M., Gonçalves B., Menczer F., & Flammini, A. (2011, July 17–21). Political polarization on Twitter. Fifth International AAAI Conference on Web and Social Media [Paper presented], Barcelona, Spain. https://doi.org/10.1609/icwsm.v5i1.14126
Dimaggio, P., Evans, J., & Bryson, B. (1996). Have American social attitudes become more polarized? American Journal of Sociology, 102(3), 690–755. https://www.jstor.org/stable/2782461
Fiorina, M. P., Abrams, S. J., & Pope, J. (2004). Culture war?: The myth of a polarized America. Pearson.
Fuks, M., & Marques, P. H. (2022). Polarização e contexto: medindo e explicando a polarização política no Brasil. Opinião Pública, 28(3), 560–593. https://doi.org/10.1590/1807-01912022283560
Gentzkow, M., & Shapiro, J. (2011). Ideological segregation online and offline. Quarterly Journal of Economics, 126(4), 1799–1839. https://doi.org/10.1093/qje/qjr044
Guerra, P. H., Meira Jr, W., Cardie, C., & Kleinberg, R. (2013). A measure of polarization on social media networks based on community boundaries. Proceedings of the 7th International Conference on Weblogs and Social Media, 7, 215–224. https://doi.org/10.1609/icwsm.v7i1.14421
Iyengar, S., Sood, G., & Lelkes, Y. (2012). Affect, not ideology: A social identity perspective on polarization. Public Opinion Quarterly, 76(3), 405–431. https://www.jstor.org/stable/41684577
Johnson, T. J., Kaye, B. K., & Lee, A. M. (2017). Blinded by the spite? Path model of political attitudes, selectivity, and social media. Atlantic Journal of Communication, 25(3), 181–196. https://doi.org/10.1080/15456870.2017.1324454
Lelkes, Y., Sood, G., & Iyengar, S. (2017). The hostile audience: the effect of access to broadband Internet on partisan affect. American Journal of Political Science, 61, 5–20. https://www.jstor.org/stable/26379489
Mason, L. (2018). Uncivil agreement: How politics became our identity. University of Chicago Press. https://doi.org/10.7208/chicago/9780226524689.001.0001
McPherson, M., Smith-Lovin, L., & Cook, J. (2001). Birds of a feather: Homophily in social networks. Annual Review of Sociology, 27, 415–444. https://doi.org/10.1146/annurev.soc.27.1.415
Mignozzetti, U., & Spektor, M. (2019) Brazil: when political oligarchies limit polarization but fuel populism. In T. Carothers & A. Donohue (Eds.). Democracies divided: The global challenge of political polarization (pp. 228–254). Brookings Institution Press.
Newman, M. E. J., & Girvan, M. (2004). Finding and evaluating community structure in networks. Physical Review E, 69, 026113. https://doi.org/10.1103/PhysRevE.69.026113
Nobre, M. (2020) Ponto final: a guerra de Bolsonaro contra a democracia. Todavia.
Pariser, E. (2012). The filter bubble: How the new personalized web is changing what we read and how we think. Penguin.
Recuero, R., Soares, F., & Vinhas, O. (2020). Discursive strategies for disinformation on WhatsApp and Twitter during the 2018 Brazilian presidential election. First Monday, 26(1). https://doi.org/10.5210/fm.v26i1.10551
Rocha, C., Solano, E., & Medeiros, J. (2021). The Bolsonaro paradox: The public sphere and right-wing counterpublicity in contemporary Brazil. Springer.
Santos Jr., M. A. (2023). As flutuações de longo prazo da polarização no Brasil – Análise do compartilhamento de informações políticas entre 2011 e 2019. Dados, 66(2), e20200076. https://doi.org/10.1590/dados.2023.66.2.287
Sunstein, C. R. (2017). #republic: Divided democracy in the age of social media. Princeton University Press.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC-SA 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista para fins não comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.




















